Laudo pericial solicitado pela defesa do trio acusado de ter hostilizado o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes no aeroporto de Roma em julho de 2023 afirma que o filho do ministro, Alexandre Barci, é quem teria agredido o empresário Roberto Mantovani.
O advogado Ralph Tórtima solicitou um parecer técnico pericial ao laboratório de perícias Ricardo Molina de Figueiredo. Ralph é advogado do empresário Roberto Mantovani Filho, da mulher dele, Andreia Mantovani, e do genro, Alex Zanatta, trio acusado de hostilizar o ministro em Roma.
O parecer, concedido à defesa na sexta-feira (23), diz que as imagens apresentadas no relatório da PF (Polícia Federal) prejudicaram a visualização de uma suposta agressão do filho do ministro.
As imagens não continham referenciais temporais (time codes) que permitem uma avaliação cronológica dos acontecimentos, segundo o laudo. Os peritos Mauricio Tadeu dos Santos e Ricardo Molina de Figueiredo dizem que houve uma “curiosa” falha na numeração desses frames, duplicando imagens e suprimindo a cena real do vídeo, que teria sido “omitida”.
Além disso, a qualidade dos frames disponibilizados no relatório não seriam compatíveis com a qualidade vista nos vídeos do aeroporto de Roma.
A suposta cena que teria sido suprimida mostraria um tapa na nuca dado por Barci contra Mantovani, antes da suposta “reação” do empresário de levantar o braço, atingindo o óculos do filho do ministro. A reação foi classificada no laudo como “instinto de defesa” e a acusação de agressão de Montovani Filho contra Barci, questionada.
Outra inconsistência para os peritos é que as imagens usadas para sustentar a denúncia da PGR (Procuradoria Geral da República) por calúnia em 16 de julho de 2024 não têm áudio.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, tomou a decisão de denunciar o trio baseado no relatório da PF e nas “expressões corporais” que indicariam as supostas ofensas ao ministro.
Os peritos solicitados pela defesa concluíram que houve “erros e discrepâncias” nas descrições contidas no relatório da PF, classificado por eles como “uma mera ilustração de uma narrativa baseada nos depoimentos de Alexandre de Moraes e seus familiares”, e não uma análise técnica, objetiva e isenta da realidade dos fatos.
Acrescentou que qualquer dúvida existente pode ser dirimida se forem disponibilizados os vídeos para os peritos da defesa. À defesa da família foi concedido 15 dias para se manifestar sobre a denúncia da procuradoria em 6 de agosto.
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