O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu nesta terça-feira que toda mulher deveria ter direito ao aborto no Brasil, por ser "uma questão de saúde pública". A notícia é do Globo.com.
A afirmação, dada durante um debate realizado em São Paulo, gerou reação de evangélicos e bolsonaristas. Sem fazer menção direta ao presidente Jair Bolsonaro (PL), Lula também afirmou que "pauta da família" é muito atrasada, e "autorizada por um homem que não tem moral para fazer isso".
"Aqui no Brasil não faz (aborto) porque é proibido, quando na verdade deveria ser transformado numa questão de saúde pública, e todo mundo ter direito e não ter vergonha. Eu não quero ter um filho, eu vou cuidar de não ter meu filho, vou discutir com meu parceiro. O que não dá é a lei exigir que ela precisa cuidar", declarou.
O ex-presidente avaliou que a pauta da família é "muito atrasada" no Brasil. "Essa pauta da família, pauta dos valores, é uma coisa muito atrasada, e ela é autorizada por um homem que não tem moral pra fazer isso. Ele não cuidou dos filhos deles", disse em referência a Bolsonaro. "A sociedade evoluiu muito, os costumes evoluíram muito e precisamos ter coragem para fazer esse debate".
O deputado federal Marco Feliciano (PL-SP) reagiu a fala do petista com críticas. "Acredito que pela primeira vez vi o Lula de quem sempre falei! Lula para maiores", disse o parlamentar. Filho de Bolsonaro, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) criticou Lula pela fala e elencou posicionamento que, para ele, refletem que "Lula não está pensando em eleição num país cristão que respeita a propriedade privada". Parlamentares e blogueiros bolsonaristas também repercutiram o tema nas redes sociais.
A ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves (Republicanos-DF), afirmou em postagem no Instagram que "a pauta do ex-presidente sempre foi a cultura da morte". Damares aproveitou para contrapor a fala de Lula a de Bolsonaro, adversário do petista na campanha ao Planalto. "Nas próximas eleições nossas escolhas serão: vida protegida desde a concepção x morte de crianças inocentes". A publicação de Damares foi replicada pelo senador Flavio Bolsonaro.
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