Mais de 80% dos internados não completaram o esquema vacinal contra a Covid-19

20 de Janeiro 2022 - 10h48

O avanço da variante Ômicron tem provocado o aumento na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva para Covid-19 na rede SUS do país. De acordo com levantamento da Fiocruz, dez estados brasileiros e o Distrito Federal estão na zona de alerta intermediário, com taxas de ocupação entre 60% e 80%.

Especialistas da Fiocruz reforçam a necessidade de aumentar a cobertura vacinal na população, incluindo a dose de reforço para dar uma proteção mais efetiva contra a variante Ômicron.

Um levantamento feito pela CNN mostra que em pelo menos quatro capitais brasileiras mais de 80% das pessoas internadas com Covid-19 não estão com o esquema vacinal completo.

No Rio de Janeiro, 88% dos pacientes hospitalizados não completaram as duas doses ou não se vacinaram. Em uma semana, o número de internações aumentou 317% somente na rede pública da capital.

Em Belo Horizonte, o cenário se repete. De acordo com a prefeitura, 81% dos internados com Covid-19 nos hospitais públicos e privados não tomaram as duas doses.

De acordo com a secretaria de saúde do Amazonas, na capital – Manaus – mais de 89% (89,66%) dos pacientes não vacinados estão internados. Mais de 45% deles, estão em leitos de UTI.

No Distrito Federal, o percentual de não vacinados ou que tomaram apenas uma dose e estão hospitalizados chega a 90%, segundo a secretaria de saúde.

O infectologista da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Marco Lago, reforça que a vacinação contra a Covid impede que a doença evolua para casos graves, que eventualmente necessitem de internação.

“A chance de a doença evoluir em quem não se vacinou é muito maior do que quem tem a vacinação completa. Isso é um fato e os números de internados confirmam isso. A grande maioria não recebeu todas as doses necessárias e, quem recebeu e está internado, são apenas pessoas do grupo de risco”, explica o infectologista. Lago destaca ainda que a população precisa entender que todos vão ser impactados pela variante Ômicron.

Ainda segundo o boletim da Fiocruz, houve um aumento importante do número de casos de Covid-19 nas últimas duas semanas. A média chegou a 49 mil por dia, uma diferença de seis vezes maior que o observado no início de dezembro de 2021. Em contrapartida, segundo a Fiocruz, não houve aumento significativo no número de mortes.

De acordo com os especialistas, a redução da gravidade dos casos de Covid-19 se deve à alta cobertura da vacinação. Já em países com baixa cobertura vacinal, como alguns da Europa Oriental e do Oriente Médio, a letalidade ainda é alta. O que demonstra que a variante Ômicron pode, em contextos de baixa cobertura vacinal, causar um aumento de quadros clínicos graves e levar à morte grande parte dos infectados.

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