Ministro do Desenvolvimento Agrário diz que invasões do MST são ‘instrumentos legítimos de pressão’
Responsável pela interlocução do governo com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, afirmou ver as invasões de propriedades privadas como instrumento “legítimo de pressão”, mas desnecessárias diante do canal direto aberto com a atual gestão para negociar.
Em entrevista ao GLOBO, Teixeira rebate as críticas de que o governo não tem agido para coibir invasões do MST como as realizadas no início do ano. Entre março e abril, o auxiliar de Luiz Inácio Lula da Silva foi pressionado pelo Congresso e teve que liderar uma série de conversas para contornar o mal-estar político.
Em reação, parlamentares criaram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o movimento na Câmara, mas o colegiado, apesar de alguns desgastes para o Planalto, terminou sem que o relatório final fosse votado.
Como está a relação do governo com o MST?
Boa. E eu acho que é papel do movimento social fazer pressão, reivindicar. Essas reivindicações nos ajudam a lembrar dos temas mais importantes. Os momentos mais tensos na relação com o MST foram os meses de março e abril (quando ocorreram o maior número de ocupações). Mas, de lá para cá, foram momentos em que não houve um transbordamento. Eles fizeram uma pressão legítima e tiveram uma resposta do governo.
O que o ministério pode fazer para impedir novas invasões?
Toda a nossa abordagem foi dizer: “Olha, as reivindicações de vocês têm um canal para serem expressas”. Isso requer negociação. Não precisa de outro modo de pressão, como ocupações de terra, para que eles possam atingir os objetivos.
O senhor acredita que não haverá mais ocupação nos próximos meses?
Eu não posso prever. Na medicina, no amor e na política você nunca diz “nunca” e nunca diz “sempre”. Enfim, você perguntou como está a relação, ela está boa.
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