'Não deseja meu mal': golpista se desculpa para vítima que pagou por hospedagem em pousada

04 de Maio 2022 - 15h05

Como se não bastasse ter caído em um golpe após pagar para se hospedar em uma pousada na Serra do Cipó, na Região Central de Minas Gerais, uma das vítimas, que perdeu R$ 800, recebeu um pedido de "desculpa de verdade" do criminoso. As informações são do G1.

O consultor de sistema Rafael Ferreira da Costa, de 32 anos, fez um PIX para ficar na Pousada Santa Vila no último fim de semana. Ele chegou a ir para o local na noite de sexta-feira (29), mas "perdeu a caminhada" depois da viagem de mais de 100 km.

"Entrei em contato na sexta no período da tarde pelo WhatsApp, fiz o depósito e fui para a pousada. Cheguei lá à noite, chamei no portão e ninguém atendeu", contou. 
Além da conversa no WhatsApp, Rafael também tentou contato pelo direct do Instagram e questionou se era um golpe. O criminoso respondeu: "Haqueis" (sic). 

"Arrumei outro lugar para dormir e, no sábado de manhã, voltei à pousada. Os donos disseram que não poderiam fazer nada", lembra.

Rafael tentou fazer um boletim de ocorrência pela delegacia virtual, mas não foi possível. Na tarde desta quarta-feira (4), ele informou que vai até uma delegacia pessoalmente para registrar a queixa.

 O caso

Ao menos 14 denúncias foram registradas em boletim de ocorrência sobre o golpe envolvendo a pousada Santa Vila, segundo a Polícia Civil. Suítes com hidromassagem, algumas equipadas com cozinha, churrasqueira portátil e deck com espreguiçadeiras eram oferecidas pelo golpista.

Por todo esse conforto, diárias a partir de R$ 250, com café da manhã, almoço e jantar inclusos. O valor normal da diária, segundo um site de viagens consultado pela reportagem nesta quarta, vai de R$ 350 a mais de R$ 700 em um dia útil.

Procurada pela reportagem do g1 Minas, a pousada afirmou que foi vítima de ataque hacker e que também foi lesada. Segundo a direção, um boletim de ocorrência foi registrado e as informações estão sendo apuradas.

O que fazer?

Segundo a Polícia Civil, por se tratar de um crime de estelionato, é preciso que, além do boletim de ocorrência, seja feita uma representação criminal. A vítima pode procurar a delegacia mais perto de casa ou o Departamento Estadual de Combate à Corrupção e Fraudes, localizado na avenida Francisco Sales, 780, bairro Santa Efigênia, em Belo Horizonte.

Veja o comunicado na íntegra da nota:

"Com os dados informados foram localizados quatorze registros de ocorrência, e por se tratar de estelionato, crime de ação penal pública condicionada à representação da vítima, a PCMG orienta que as vítimas devem procurar a delegacia para formalizar a representação e prestar depoimento. Em caso de algum cidadão tenha sido vítima e/ou se sentir lesado, ele deverá procurar a unidade policial mais próxima da sua casa para registrar o boletim de ocorrência. Os fatos serão investigados e, se for constatada alguma conduta criminosa, os responsáveis poderão responder pelo crime de estelionato".

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