Oposição na Venezuela busca apoio de militares para impedir possível manobra de Maduro
Aliados do principal candidato de oposição à Presidência da Venezuela, Edmundo González, relataram à CNN que o grupo intensificou contatos nos últimos dias com militares do Exército do país, com o objetivo de que eles garantam que o resultado da eleição deste domingo (28) seja respeitado.
O receio do grupo é que Maduro conteste uma possível vitória da oposição, colocando o país em um impasse e levando à necessidade de um respaldo militar. As pesquisas em mãos da oposição apontam uma vitória com diferença de 30 pontos contra Maduro.
A contabilidade extraoficial aponta haver 2.500 generais do Exército integrando o governo Maduro — a ampla maioria deles é ligada ao governo chavista. Por isso, há receio de que uma eventual contestação de Maduro seja respaldada pelos militares, e que a vitória nas urnas por parte da oposição seja em vão.
Embora haja militares dissidentes do governo — boa parte deles presos —, a maioria apoia Maduro.
No desfile militar do 5 de julho, data em que se comemora a independência da Venezuela, a oposição se assustou com o que considerou serem sinais de que as Forças Armadas apoiariam Maduro mesmo que ele perca.
A oposição vem se organizando para conseguir estar presente em todos os mais de 15 mil centros de votação e extrair atas das seções eleitorais para que os dados sejam comparados aos do Conselho Nacional Eleitoral.
Integrantes das Forças Armadas se disseram chavistas e socialistas, e o próprio Maduro deu declarações lembrando o caráter revolucionário das tropas.
O presidente venezuelano também deu declarações recentes em uma cerimônia de formatura de policiais militares que contava com tropas para barrar a direita.
Também há receio de que grupos paramilitares chavistas que foram montados ao longo dos últimos anos impeçam, em caso de uma eventual vitória de González, que ele seja empossado.
Para conseguir estar presente em todos esses pontos, a oposição tenta recrutar 600 mil voluntários. A oposição teme a ligação do comando do Conselho Nacional Eleitoral com o governo chavista.
O presidente do órgão, Elvis Amoroso, é considerado próximo a Maduro. Foi deputado governista até 2015. Outro dado é que o chefe da campanha de Maduro, Jorge Rodrigues, é presidente da Câmara e irmão do vice-presidente, Delcy Rodrigues.
CNN
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