Palmeiras se encolhe, perde Mundial e ainda cantam loas ao Abel Ferreira
O problema não é perder o Mundial de Clubes para uma grande equipe, mas sim a forma como se perde. Pior ainda é ficar ouvindo comentaristas, pitaqueiros, narradores e quase o mundo todo do futebol fazendo loas a um treineiro que arma sua equipe quase sem nenhuma alternativa de ataque, apostando única e exclusivamente no erro do adversário. E dói saber que, basta dar uma olhada no plantel brasileiro para se ter a certeza que a coisa poderia ser muito diferente, afinal, o Chelsea nem é esse balaio todo.
O time inglês teve 71% de posse de bola contra 29 do Palmeiras. A precisão dos passes foi de 87 a 66% e o número de diferença no número ficou de 790 trocados pelos blues contra 321 dos comandados do Abel. Eles chutaram 20 bolas contra 11 e no gol, único empate 3 a 3. Que coisa triste.
Foi assim Chelsea 2 a 1 Palmeiras, neste sábado, no Mohammed Bin Zayed Stadiu. Lukau e Kai Havertz marcaram para o Chelsea, Raphael Veiga, de pênalti, assinalou para a equipe brasileira.
Tem sido assim o time verde e todos que citei colocando o português Abel Ferreira nas alturas. O Felipão, antes do jogo, disse que ele é o maior da história do clube. Aberração diante do que fizeram os que construíram a história da “Academia”.
Esquecem de comparar o atual momento do futebol brasileiro, onde apenas três equipes se dividem nas disputas de títulos; num momento em que o futebol da América do Sul, notadamente os Hermanos argentinos, apresentam equipes de menor qualidade técnica e o Brasil repete nos últimos anos cinco ou seis equipes nas fases finais das competições mais importantes, além de fazermos finais entre os nossos de Libertadores, duas vezes e Sul-Americana.
O mais importante: nenhum treinador da história do Verdão teve um plantel tão milionário e qualificado à disposição e ainda renovou contrato fazendo pressão por mais medalhões. Queria ver ele ser campeão sem dinheiro, montando a equipe com a formação de jovens valores, como Telê Santana e Cilinho, só para citar dois exemplos.
E mesmo com esse plantel que se dá ao luxo de ignorar (ou estragar) diamantes como Gabriel Menino, Patrick de Paula, Gabriel Verón, perdeu decisão paulista com um rival fraco tecnicamente, a Recopa para o argentino Defensa Y Justicia, em casa, e a Supercopa para o Flamengo; e de triste lembrança, a final contra o Santos, 2021, duelo de retranqueiros co, Cuca, protagonizou o jogo mais horroroso, tenho certeza, da história das finais da competição continental.
Cito mais dois jogos que deixaram bem clara a marca da falta de qualidade do comando do Abel Ferreira, a horrível semifinal da Libertadores de 2021. Venceu de 3 a 0 na Argentina, em lances isolados, contra-ataques, como tentou fazer hoje, no jogo da volta, no Brasil, perdeu de 2 a 0, foi salvo três vezes pelo Var, numa partida que merecia ter tomado pelo menos cinco. Depois, os fracassos seguidos, perdendo semifinal e decisão de terceiro lugar para Tigres do México e Al Ahly, do Egito. Esqueceram todos esses vexames?
Duro, incômodo, bizarro, escutar os caras, os “comentaristas de três dias” definirem que o portuga tem que ser o treinador da seleção após a Copa do Catar. Os mesmos que dia desses diziam que o cargo era, por merecimento, do Renato Gaúcho, os mesmos que afirmavam que “quando Ceni passar pelo Flamengo a Nação nem vai mais lembra de Jesus”, entre outros absurdos que escutamos, enfim, é com essa falta de coerência, comprometimento, até diria, conhecimento, que o futebol do Brasil vai se encolhendo mais e vamos construindo heróis como Coutinho, Parreira, Zagallo (técnico), Felipão, Cuca, Abel Ferreira e outros adeptos do antijogo.
Querem continuar sofrendo, fazendo encolher, envergonhar o futebol brasileiro. Chega de tanta retranca! O futebol brasileiro não é assim.
COMO JOGOU
Não quero ser dono da verdade. Mas apenas observo. O Abel Ferreira jogou, meus amigos, quase sem atacante nenhum, fazendo uma linhas de três zagueiros, um atacante, Roni, de lateral direito; um meia de lateral esquerdo, Scarpa (melhor do Palmeiras para mim), dois volantes, volantes, presos, um meia maravilhoso e criativo de volante - Raphael Veiga - também e um Dudu isolado, castrado, vivendo de bolas, chances, das raras falhas da defesa inglesa. Esse é o treinador que querem nos empurrar goela abaixo.
COMPARANDO
Digo sem medo de errar: o Flamengo de Jesus, o Galo de Cuca ou até mesmo o Flamengo meia-boca, já meio atrapalhado de Renato Gaúcho venceria essa final ou, na pior das hipóteses, não ficariam assistindo o grupo comandado por Tuchel rodar a bola, mandar na partida como aconteceu. Numa situação inversa, se o medroso Abel Ferreira enfrenta Liverpool que bateu o Flamengo ou o Bayern que foi o último campeão, correria sério risco de ser goleado.
O que penso.
EDMO SINEDINO
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