"Pastor do PCC" ergueu patrimônio de R$ 6 mi lavando dinheiro com igreja no RN

25 de Abril 2024 - 19h02

Reportagem publicada pelo portal Metrópoles detalha a vida de luxo do pastor Geraldo dos Santos Filho, apontado como o "pastor do PCC", alvo de investigação do Ministério Público do RN por lavar dinheiro para a facção criminosa paulista. 

Segundo a reportagem, encontrado em um condomínio de luxo em Sorocaba, no interior paulista, há pouco mais de um ano, Geraldo dos Santos Filho, de 48 anos, o pastor Júnior, ergueu um patrimônio avaliado em pelo menos R$ 6 milhões operando um esquema de lavagem dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC) por meio de igrejas evangélicas.

Geraldo, que está preso desde então, é irmão de Valdeci Alves dos Santos, o Colorido, considerado um importante líder da facção criminosa nas ruas até ser detido em uma blitz da Polícia Rodoviária Federal (PRF), no sertão pernambucano, em abril de 2022. Como mostrou o Metrópoles, Valdeci foi jurado de morte por Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola, em meio ao racha histórico na cúpula do PCC. Ambos seguem encarcerados no sistema penitenciário federal.

Naturais da pequena cidade potiguar de Jardim de Piranhas, Geraldo e Valdeci migraram para São Paulo no início da vida adulta, onde foram batizados na maior facção criminosa do país e enriqueceram ilegalmente. Os dois, porém, seguiram rumos diferentes no mundo do crime, segundo afirma o promotor Augusto Lima, do MPRN.

“O Valdeci [Colorido] ascendeu na hierarquia da facção e o Geraldo [pastor] acabou enveredando para o ramo das igrejas evangélicas, sem ocupar nenhum posto de liderança na organização criminosa.”

Geraldo adquiriu, segundo levantamento do MPRN, cinco igrejas no Rio Grande do Norte e duas em São Paulo, por meio das quais lavou dinheiro do PCC oriundo do tráfico de drogas.

Cerca de nove meses após começar a cumprir sua pena de 11 anos no Centro de Progressão Penitenciária de Campinas, interior paulista, em fevereiro de 2019, Geraldo migrou para o regime semiaberto e, em abril de 2021, conseguiu o benefício da prisão domiciliar.

Em dezembro daquele ano, o juiz Emerson Tadeu Pires de Camargo, de Sorocaba, autorizou que Geraldo, mesmo cumprindo pena por tráfico de drogas, viajasse para Balneário Camboriú (SC), em janeiro de 2022.

Seis meses depois, a defesa dele solicitou à Justiça paulista que ele pudesse viajar por todo o Brasil, alegando que seu cliente estava deixando de fechar negócios e tendo “prejuízo financeiro” em uma empresa do ramo da construção civil, a GJS Construções Ltda.

Ele voltou a ser preso na operação Plata, em 2023. 

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