Pesquisa indica que geração Z é menos empática, diz consultor educacional

30 de Maio 2023 - 12h16

Uma pesquisa do Grupo Rabbit ouviu 28 mil famílias com filhos em escolas particulares do Brasil e sugere um menor engajamento social das crianças e adolescentes. O levantamento foi respondido pelos pais e responsáveis por alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental I, e pelos próprios estudantes do Ensino Fundamental II e Ensino Médio. 

A pesquisa quis saber como esses jovens da geração Z se imaginavam aos 40 anos de idade. 

As três prioridades não variaram entre os grupos, sendo “Qualidade de vida e bem-estar físico e mental”, “Ter paixão pelo que faz” e “Remuneração e tranquilidade financeira”. 

As prioridades começaram a oscilar na avaliação sobre “Contribuir para um Brasil melhor”. Os pais elencaram essa questão como quarta prioridade, mas os alunos do Ensino Fundamental II colocaram a contribuição para o país em sétimo lugar, enquanto os do Ensino Médio apenas em nono.  

O item “Cuidar ou melhorar a vida dos outros” também ocupou um lugar mais baixo no ranking de prioridades dos entrevistados.   

“Existe uma pressão muito grande nos jovens para alcançar seus objetivos sociais e econômicos, como entrar numa boa faculdade, ter um bom emprego e bens materiais. Isso faz com que eles acabem pensando neles mesmos”, avaliou à CNN Rádio o CEO do Grupo Rabbit, Christian Coelho. “Nós imaginávamos que era uma geração que tivesse mais empatia, mas nós não culpabilizamos os jovens, e sim a pressão social e econômica, principalmente num momento de crise e de pós-pandemia.” 

Outra surpresa negativa para os organizadores da pesquisa foi a redução da interação social das crianças e adolescentes. O levantamento aponta que 47% dos alunos do Ensino Fundamental II e Médio passam o tempo nas redes sociais se comunicando, enquanto a maioria, 53%, tem comportamento apenas passivo. 

“Eles ficam só vendo e escutando, e a interação fica aquém das necessidades sociais dos jovens”, afirma Christian Coelho. “A interação social tem um impacto significativo na saúde mental. Estudos mostram que aqueles que têm dificuldade de se relacionar tendem a apresentar maiores níveis de stress, ansiedade, depressão e agressividade.”

A pesquisa também confirma que as crianças e adolescentes passam mais tempo diante das telas do que o recomendado pela Sociedade Brasileira de Pediatria. Christian Coelho sugere que escolas transmitam atividades também para os pais, de modo a promover uma interação maior com os filhos.  

CNN

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