Alvo de fortes chuvas que causaram deslizamentos e enchentes, a cidade de Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, vive um “cenário de guerra”, com corpos soterrados e um número de óbitos que aumenta quase que de hora em hora, além de ruas interditadas. Os bombeiros viraram a madrugada e seguem o segundo dia de buscas por desaparecidos nesta quinta-feira (17).
Até esta madrugada, foram confirmadas 104 mortes. Entre as vítimas, há pelo menos oito crianças. A quantidade de desaparecidos ainda está sendo contabilizada, mas o cadastro do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), feito até o início da noite de quarta-feira (16/2), indica que ao menos 35 pessoas são procuradas.
Quem conseguiu escapar dos efeitos das mais de seis horas de chuva que tiveram início na tarde de terça-feira (15/2), agora lamenta os conhecidos que estão desaparecidos e contabiliza os prejuízos.
“Entre vizinhos, amigos e conhecidos mais próximos, são 10 pessoas que sumiram, de idosos a crianças. Vemos os corpos serem recolhidos e não sabemos de quem se trata. É muito ruim”, desabafa Tânia Maria dos Santos, de 60 anos.
Moradores do Morro da Oficina relataram cenas de terror durante a forte chuva que atingiu o local. Priscila Martins, de 36 anos, que mora há mais de três décadas na região, diz que nunca tinha presenciado nada semelhante.
“Parecia um terremoto”, relatou ao Metrópoles, e afirmou que duas ex-alunas suas, ambas de 16 anos, desapareceram. “Já sei que a filhinha de uma amiga morreu, ainda tem minhas ex-alunas soterradas.”
Cerca de 400 bombeiros trabalham na região, junto a moradores que atuam como voluntários e ajudam nas escavações.
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