PF investiga: Carlos Eduardo Alves usou dinheiro do PDT para alugar casa da esposa; Valor dobrou em dois anos

12 de Maio 2022 - 11h33

A Polícia Federal está investigando os gastos apresentados pelo PDT à Justiça diante do fato de, neles, existirem alguns indícios de irregularidades. A informação é do Blog do BG e aponta que, dentre as suspeitas, está o fato do presidente estadual do partido, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves, ter alugado com recursos partidários o imóvel da esposa dele, ex-primeira-dama de Natal, Andrea Ramalho.

Segundo o BG, essa despesa foi registrada em 2018. O PDT RN funciona em imóvel locado a Andrea Ramalho. O aluguel do imóvel, que fica localizado na Rua Capitão Abdon Nunes, 832, no bairro do Tirol, saltou de R$ 1.000 para R$ 2.500 cinco meses após o contrato inicial, em 2016, chamando a atenção do Ministério Público Eleitoral e da Justiça Eleitoral.

Diante disso, o Ministério Público Eleitoral desconfiou que as informações prestadas pelo PDT e sugeriu a não aprovação das contas daquele ano. Fato que foi acolhido pela Justiça Eleitoral. 

“Não se questiona a regularidade do lastro documental, que atesta a realização da despesa em questão, mas antes, a ausência de confiabilidade da informação, diante da alteração expressiva do valor do aluguel e da relação de parentesco entre o dirigente e a locadora do imóvel”, observou o MP ao pedir desaprovação das contas do PDT.

“Causa estranheza o fato de a proprietária do imóvel ser a esposa do presidente do partido e que o contrato inicialmente firmado em 06 de janeiro de 2016 tenha sofrido um reajuste considerável em menos de 5 (cinco) meses de vigência”, observou o relator do caso no Tribunal Regional Eleitoral, juiz Ricardo Tinoco, ao votar pela desaprovação das contas do PDT.

Por que a PF chegou ao caso?

Por se tratar de matéria de prestação de contas, o Ministério Público Eleitoral não se propõe a investigar eventual irregularidades, cabendo notificar alguém para que o faça. 

Além da questão da aluguel, também está na mira dos investigadores o que se consideram desvio da finalidade dos recursos partidários em outra uso do dinheiro: a lei estabele que deveria haver verba destinada à promoção da mulher na política, o que não se verificou no caso do PDT.

Foi esse apanhado de coisas que levou o Ministério Público do RN a notificar a Polícia Federal, que instaurou investigação e decretou sigilo sobre o caso.
 

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