PF investiga suposto elo entre quadrilha de venda de sentenças e um ministro do STJ, aponta revista Veja
O Jornal das 6, da 96 FM Natal RN, destacou a reportagem da revista Veja que apontou Polícia Federal "investiga suposto elo entre quadrilha de venda de sentenças e um ministro do STJ". O caso foi revelado no portal da Veja.
Na reportagem, é citado que o advogado Roberto Zampieri era conhecido em Mato Grosso pelo bom trânsito que tinha em alguns setores do Poder Judiciário e pelas incríveis taxas de sucesso em casos difíceis ou considerados perdidos.
Andreson de Oliveira Gonçalves oficialmente ganhou a vida como empresário do ramo de transporte de cargas. Durante anos, esses dois personagens foram parceiros em um negócio milionário. O advogado captava clientes que tinham interesse em processos que tramitavam no Superior Tribunal de Justiça. O empresário usava sua rede de contatos em Brasília para manipular o resultado do julgamento.
O esquema, revelado por Veja há duas semanas, trabalhado até dezembro do ano passado, quando Zampieri foi morto a tiros em Cuiabá — crime ainda cercado de mistério. Ao lado do corpo, a polícia encontrou o telefone do advogado.
Dentro dele, havia áudios, mensagens e documentos que revelavam a existência do esquema de venda de sentenças que envolvia, até onde se sabia, o gabinete de quatro ministros da segunda Corte mais importante do país — o que, por si só, já era um fato extremamente grave. A infiltração criminosa, porém, pode ter ido além.
A partir de diálogos e documentos encontrados no telefone do advogado morto, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar o caso. O material recuperado não deixou dúvidas de que um grupo de advogados e lobistas comprava e vendia decisões judiciais do STJ.
Da memória do aparelho foram enviadas mensagens com insinuações sobre o comportamento de vários ministros, minutas originais de sentenças e comprovantes de repasses financeiros.
Uma das primeiras providências dos agentes foi separada o que havia de concreto do que parecia ser bravata dos criminosos. Depois dessa peneira inicial, a apuração se concentrou nos gabinetes dos ministros Isabel Gallotti, Og Fernandes, Nancy Andrighi e Paulo Moura Ribeiro. As evidências indicaram que funcionários desses gabinetes foram danificados. Em troca de dinheiro, antecipavam veredictos e alteravam decisões de acordo com o interesse do cliente — tudo, em princípio, à revelação dos chefes. O escândalo, supunha-se, foi circunscrito ao segundo escalonamento do tribunal.
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