O presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk-yeol, decidiu revogar o decreto de lei marcial que havia assinado mais cedo, nesta terça-feira (3), depois que a Assembleia Nacional do país aprovou por unanimidade uma resolução derrubando a medida.
A noticia é do portal R7. “Retiramos as tropas mobilizadas para as atividades relacionadas à lei marcial”, anunciou Yoon em uma transmissão ao vivo a partir do escritório presidencial, segundo a agência de notícias estatal do país, a Yonhap.
Apesar de proibida de funcionar pela lei marcial, a Assembleia Nacional conseguiu se reunir logo após o anúncio do decreto para revogá-lo. Agentes das forças da lei marcial do presidente chegaram a entrar no prédio do parlamento, mas se retiraram logo depois. Houve manifestações na noite de terça-feira (horário local) na capital, Seul.
Yoon Suk-yeol surpreendeu o mundo ao decretar lei marcial em uma das democracias mais importantes da Ásia, restringindo uma série de liberdades civis. Em seu pronunciamento, ele justificou a medida como uma forma de conter “ameaças das forças comunistas norte-coreanas e erradicar as forças antiestatais”.
No entanto, o momento atual mostra um problema que a Coreia do Sul enfrenta há décadas: uma forte polarização política. Neste caso, o centro da disputa é a queda de braço entre Yoon Suk-yeol, do Partido do Poder Popular, e a Assembleia Nacional.
O discurso de Yoon, um ex-procurador-geral responsável por processar importantes figuras da política sul-coreana, deu a tônica do grau de tensão que há com os legisladores.
Pouco antes do decreto, a Assembleia Nacional havia apresentado pedidos de impeachment do auditor do Estado e do procurador-geral.
O presidente também acusou o parlamento de impor restrições ao orçamento do governo, o que, segundo ele afetou áreas essenciais, como o combate ao tráfico de drogas, segurança pública, serviços de cuidado infantil, projetos de geração de empregos e o aumento salarial para militares.
Ele argumenta que esses cortes prejudicam o funcionamento do governo e as finanças do país.
Yoon Suk-yeol classifica a oposição no Legislativo de “forças antiestatais” e promete, com a lei marcial, erradicá-las.
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