“Rei do lixo” orientou contato com assessora de Alcolumbre, diz relatório da PF sobre esquema de corrupção

16 de Dezembro 2024 - 11h13

Relatório de 668 páginas da Polícia Federal (PF) aponta que o empresário Marcos Moura, integrante do diretório nacional do União Brasil e preso na semana passada sob a acusação de liderar um esquema de fraude em licitações públicas, tinha contato direto com uma assessora do senador Davi Alcolumbre (União-AP), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e favorito para assumir o comando do Senado a partir de 2025.

Ana Paula Magalhães de Albuquerque Lima aparece pela primeira vez na página 262 do relatório como “Ana Paula Davi”.

O documento menciona que o empresário Alex Parente, um dos presos na operação, encaminha o contato dela para outro empresário que também foi preso. Parente solicita que ele entre em contato com a assessora de Alcolumbre.

“Observa-se no chat, que após as mensagens acima, os interlocutores realizam chamadas de áudio e ALEX encaminha o contato de ANA PAULA DAVI e solicita que EVANDRO entre em contato com essa pessoa”, diz o relatório da PF.

Em seguida, diz: “Em consulta aos bancos de dados, verificou-se que ANA PAULA MAGALHÃES ALBUQUERQUE LIMA é servidora ativa do Senado Federal desde 21/03/2019”.

No site oficial do Senado, ela aparece como servidora no gabinete de Davi Alcolumbre.

Depois, é Marcos Moura, apontado como “rei do lixo”, quem encaminha o contato de Ana Paula para Alex e Evandro.

“Após o trecho acima, às 16:12:38 do dia 29/12/2023, observa-se que MARCOS MOURA é quem encaminha originalmente o contato de ANA PAULA DAVI para ALEX e ALEX repassa esse contato imediatamente para EVANDRO, quando este informa que não seria possível realizar a transferência de Programa. Tendo em vista que ANA PAULA é servidora do legislativo federal, talvez ela fosse alguém com acesso aos trâmites e capaz de orientá-los para conseguir vincular uma proposta parlamentar ao programa do Ministério do Desenvolvimento e Integração Regional, inicialmente sugerido por MARCOS MOURA”, diz o relatório na página 265.

O Ministério Desenvolvimento e Integração Regional (MDIR) é chefiado por Waldez Goes (PDT), ex-governador do Amapá, indicado ao cargo por Alcolumbre e na cota do União Brasil.

O documento detalha mais adiante que a proposta feita pelos empresários acabou sendo aprovada no Orçamento de 2024 para ser realizada pela empresa deles, a Alpha,no município de Juazeiro (BA). Depois, a Caixa reprovou a obra.

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