Rogério Marinho: Governo não se preocupa com “paternidade” de transposição do São Francisco

08 de Fevereiro 2022 - 08h32

Na semana em que está prevista a chegada das águas do Rio São Francisco ao Rio Grande do Norte, o ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, afirmou que o governo federal não se preocupa com a “paternidade” das obras, iniciadas em governos petistas, e sim com o pagamento de uma “dívida para com o Nordeste”.

“O governo tem tido uma preocupação de concluir obras iniciadas em governos anteriores sem se preocupar com questão da paternidade, até porque os recursos pertencem à população e à sociedade”, disse Marinho nesta segunda-feira (7).

“É uma obra que pertence à população, uma dívida resgatada para com o Nordeste. É fato que esse governo deu a importância devida a essa obra, e estamos em via de comemorar a chegada das aguas do São Francisco no ultimo estado no Nordeste setentrional, que é o Rio Grande do Norte“, declarou o ministro.

Apesar disso, Marinho criticou o que chamou de “narrativas recorrentes nas redes sociais” que associam, segundo ele, 90% das edificações da transposição dos governos do PT.

“Isso não é verdade, a obra se inicia com um horizonte de 700 quilômetros, foi reduzido para 499 quilômetros, retomamos os 700 km e, com os canais acessórios, estamos falando de 3 mil quilômetros”, argumentou.

O ministro também atribuiu às gestões de anos anteriores acusações de falta de planejamento, superfaturamento e necessidade de reconstrução de trechos das obras.

“A ideia é que fosse concluída em 2012, depois foi atrasada para 2016. Estamos em 2022 e vamos concluir o último trecho do ramal Norte, já que o Leste foi concluído com o presidente [Michel] Temer em 2017, e esse é o mais importante porque atinge os quatro estados – Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte”, acrescentou.

Marinho ainda mencionou que as obras estão a serviço da “necessidade de se enfrentar uma desigualdade regional que perdura por mais de 100 anos”, e disse que “todo agente público é julgado politicamente pelo o que fez ou deixou de fazer”.

Segundo o ministro, o projeto originalmente visava o beneficiamento de 12 milhões de pessoas em 390 municípios, mas as obras acessórias, como a construção de canais e adutoras feita ao longo dos anos permitirá que 16,5 milhões de brasileiros em 540 municípios tenham acesso ao Rio São Francisco.

As obras ainda não estão concluídas, disse Marinho, citando obras no ramal do Agreste, como o Apodi/Salgado, trecho final do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, e outras estruturas que darão “capilaridade” à água proveniente dos canais principais, que são os dois eixos.

Rogério Marinho argumentou ainda que o projeto hídrico vai além da disponibilidade de água porque possui uma escala “sistêmica” nas regiões beneficiadas – e que esse aspecto também seria “reconhecido” pela população.

“A agua diminui a pressão sob o sistema de saúde publica, permite a instalação de serviços, o tratamento adequado o esgoto jogado no perímetro dos rios”, exemplificou.

“Isso não tem preço e não tenho dúvida que população vai saber reconhecer e fazer seu juízo de valor. Temos 200 anos de Independência, mas finalmente vamos dar oportunidade de emancipar o Nordeste e o semiárido”.

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