Saiba quais são os remédios que prometem revolucionar combate à Covid

21 de Novembro 2021 - 13h48

Em aproximadamente dois anos desde o registro do primeiro caso de Covid-19, a ciência deu um grande salto no desenvolvimento de vacinas e medicamentos com o potencial de conter o vírus Sars-CoV-2, causador da pandemia de Covid-19.

Depois do lançamento das vacinas, responsáveis pela queda no número de casos e mortes provocados pela doença nos países onde a campanha de vacinação avança, as atenções se voltam para os tratamentos antivirais desenvolvidos na forma de pílulas orais e injeções de anticorpos monoclonais, que simulam os produzidos pelo corpo humano.

As novas medicações são destinadas ao tratamento imediato após os primeiros sintomas, impedindo que pacientes de alto risco – como idosos, imunossuprimidos ou que tenham outras doenças capazes de complicar o quadro – evoluam para condições graves da infecção.

Por terem apresentado bons resultados nas pesquisas feitas até aqui, a comunidade científica deposita muita esperança no desenvolvimento desses remédios.

Conheça os principais remédios que prometem interromper a Covid-19 ainda no início:

Pílulas antivirais

Atualmente, existem dois medicamentos de uso oral e domiciliar em avaliação por agências reguladoras: o Paxlovid, da Pfizer, e o Molnupiravir, desenvolvido pelo grupo Merck Sharp & Dohme (MSD). Ambos são indicados para tratar pacientes com quadros de leve a moderado, nos primeiros cinco dias de sintomas. Eles atuam inibindo a replicação viral no organismo e a evolução para casos graves, são da classe de profilaxia pós-exposição (PPE).

Paxlovid, da Pfizer

O Paxlovid demonstrou eficácia de 89% na prevenção de hospitalizações e mortes de adultos com alto risco de complicações pela Covid-19 quando combinado com o antiviral ritonavir, usado contra a infecção pelo HIV.

Estudos clínicos da Pfizer mostraram melhores resultados quando o tratamento é iniciado até o terceiro dia de sintomas, com o uso da medicação a cada 12 horas, por cinco dias. Uma pesquisa em curso avalia se o Paxlovid pode evitar a transmissão entre pessoas que vivem na mesma casa.

A Food And Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, analisa pedido de uso emergencial do medicamento feito pela Pfizer no país.

Molnupiravir, da MSD

O antiviral Molnupiravir é indicado tanto para o tratamento após o início dos sintomas – preferencialmente até o quinto dia – como estratégia de prevenção para pessoas que estiveram com alguém que testou positivo para Covid-19 nas últimas 72 horas e estão apresentando pelo menos um sintoma da doença.

O estudo clínico de fase 3 mostrou a redução de aproximadamente 50% do risco de hospitalizações e mortes entre os pacientes que positivaram e tinham predisposição a desenvolver quadros graves da Covid. O uso avaliado foi de uma pílula a cada 12 horas por cinco dias.

O fármaco obteve, na sexta-feira (19/11), a primeira aprovação para uso emergencial, concedida pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês). A FDA avalia o pedido para sua utilização nos EUA, e a Anvisa analisa o mesmo tipo de pedido para o Brasil.

A infectologista Joana D’arc Gonçalves, mestre em medicina tropical pela Universidade de Brasília (UnB), destaca que ter um antiviral oral para combater a Covid-19 é algo empolgante, mas não substitui a vacinação. “A junção de fármacos e imunizantes mais eficazes é o cenário ideal, mas reforçamos que a estratégia prioritária é a vacinação”, afirma a médica.

Anticorpos monoclonais

Os anticorpos monoclonais são produtos biológicos, produzidos em laboratórios. A aplicação desses anticorpos fabricados ajuda o organismo a combater infecções. Ao contrário das pílulas orais, eles não previnem doenças e têm o uso restrito a hospitais.

Eles são aplicados em forma de injeção subcutânea ou como uma infusão intravenosa, e agem atacando a proteína Spike do novo coronavírus, tornando mais difícil ao vírus invadir as células humanas para se replicar.

A infectologista Ana Helena Germoglio explica que essa modalidade de tratamento pode ser usada para cuidar de pacientes com sintomas leves a moderados, com diagnóstico recente para Covid-19, e que correm alto risco de desenvolver um quadro grave da doença. O tratamento é destinado a evitar mortes em pacientes com resultado positivo que tenham fatores de risco associados, como idade avançada, obesidade, doenças pulmonares crônicas, problemas no sistema imunológico, entre outros.

Três anticorpos monoclonais em desenvolvimento se destacam: o AZD7442, da AstraZeneca; o Regkirona (Regdanvimabe), desenvolvido pela Celltrion Healthcarepor; e o REGEN-COV, da Regeneron Pharmaceuticals.

AZD7442, da AstraZeneca

A injeção experimental da AstraZeneca, com o coquetel de anticorpos AZD7442, oferece 83% de proteção contra a Covid-19 por seis meses, evitando casos graves e mortes após a infecção do novo coronavírus, segundo estudos clínicos da empresa. O medicamento tem indicação de dose única até três dias após os primeiros sintomas da doença.

O coquetel é recomendado para pessoas com alto risco de evolução para as formas graves, como os pacientes com câncer em tratamento de quimioterapia, com doenças que prejudiquem o sistema imune e os transplantados, além daqueles que não respondem bem às vacinas.

Regkirona (Regdanvimabe), da Celltrion Healthcarepor 

O medicamento da farmacêutica sul-coreana Celltrion Healthcarepor é indicado para o tratamento de Covid-19 leve a moderada, em pacientes adultos que não estão com suporte de oxigênio. Uma dose única deve ser aplicada dentro de sete dias após o início dos sintomas.

A fórmula apresenta eficácia contra as variantes Beta, Gama e Delta do novo coronavírus e, desde agosto deste ano, tem autorização da Anvisa para o uso emergencialno Brasil.

Regen-Cov, da Regeneron Pharmaceuticals.

Indicado para casos de Covid leve a moderada, o Regen-Cov obteve a autorização de uso emergencial no Brasil, pela Anvisa, em abril deste ano. O coquetel combina dois anticorpos monoclonais – casirivimabe e imdevimabe –, e reduz em até 70% o risco de hospitalizações ou mortes pela doença, segundo estudo de fase 3 com cerca de 4.500 voluntários.

 

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