Saidinha de presos: Entenda como benefício garantiu que PCC lavasse R$ 1 bilhão do tráfico em sete anos

12 de Abril 2024 - 11h57

Benefício defendido por parte dos especialistas em sistema prisional e em política de inclusão social, a famosa "saidinha" de presos é apontada como fundamental para o crescimento e fortalecimento do que se tornou a maior facção criminosa do Brasil: o Primeiro Comando da Capital, o PCC. Afinal, foi graças ao benefício que bota parte das peças importantes do grupo criminoso ganharam a liberdade para atuar de forma decisiva na facção. 

Dentre eles, está o potiguar Valdeci Alves dos Santos, conhecido como "Colorido" - alvo de uma reportagem especial no Plantão 96. Natural de Jardim de Piranhas, interior do Rio Grande do Norte, ele cumpria pena na penitenciária de Presidente Venceslau, em São Paulo, quando conheceu e se aproximou da facção. Em 2014, conseguiu a liberdade graças ao benefício da "saidinha" do dia dos pais e passou anos foragido. 

Nesse período livre do presídio, Colorido cresceu no "conceito" dos líderes do PCC e se tornou o número 2 da facção, pelo amplo conhecimento em lavagem de dinheiro e pela relação próxima com Marcola, que dava as ordens de dentro do presídio. Segundo investigações do Ministério Público de São Paulo e da Polícia Federal, quando foi preso em 2022 (sete anos depois), o criminoso já teria garantido a lavagem de mais de R$ 1 bilhão do PCC.

FIM DA SAIDINHA 

Apesar da defesa de parte da esquerda, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionou, com veto, o projeto de lei que elimina as saídas temporárias de presos durante feriados e datas comemorativas. A medida foi publicada no Diário Oficial da União na noite dessa quinta-feira (11).

O veto presidencial foi direcionado apenas à disposição que restringia as saídas temporárias para visitas familiares de presos. A chamada “saidinha” se aplica a detentos já em regime semiaberto.

No Congresso, a expectativa é de que o veto seja derrubado, já que o projeto passou com tranquilidade pelas duas Casas, inclusive com apoio de parlamentares da base aliada e do próprio PT. 

“A proposta de revogação do direito à visita familiar, enquanto modalidade de saída temporária, restringiria o direito do apenado ao convívio familiar, de modo a ocasionar o enfraquecimento dos laços afetivo-familiares que já são afetados pela própria situação de aprisionamento”, justifica o presidente na exposição de motivos do veto.

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