Sem 'entendimento' das demais categorias, reajuste para policiais fica para 2023, diz Bolsonaro

12 de Fevereiro 2022 - 07h53

O presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista levada ao ar na noite desta sexta-feira pela emissora oficial TV Brasil que, se não houver "entendimento" das demais categorias de servidores públicos federais, ficará para o próximo ano o reajuste salarial prometido por ele para policiais federais, policiais rodoviários federais e agentes penitenciários. 

No final do ano passado, o Congresso Nacional aprovou o Orçamento Federal com reserva de R$ 1,7 bilhão para reajuste a carreiras da Polícia Federal (PF), da Polícia Rodoviária Federal (PRF) e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). 

A previsão de recomposição salarial para essas carreiras provocou reações entre as demais categorias de servidores federais, que passaram a também reivindicar reajuste e ameaçar paralisações. Fiscais da Receita Federal chegaram a entregar cargos de chefia em protesto. 

Diante da pressão do funcionalismo, Bolsonaro foi aconselhado por membros do governo a recuar da promessa. Na entrevista à TV Brasil, ele afirmou que, diante da "grita geral", poderá deixar os reajustes para o próximo ano — em 2023, ele só continuará na Presidência se conseguir um novo mandato na eleição deste ano. 

"Tem uma polêmica sobre que teríamos reservado — e é verdade — quase R$ 2 bilhões para conceder reposições à PF, à PRF e ao pessoal que trabalha no sistema penitenciário. Houve uma grita geral. Muitos servidores querem aumento também. Eu acho que todos merecem aumento, todos merecem realmente porque trabalham, mas a pandemia nos deixou numa situação sem recursos", declarou.

Em seguida, complementou dizendo que a concessão do reajuste dependerá do "entendimento" das demais categorias do funcionalismo federal. 

"Se houver entendimento por parte dos demais servidores — alguns ameaçam greve etc. — a gente pretende conceder essa recomposição aos policiais federais, rodoviários federais e aos agentes penitenciários. Se não houver entendimento, a gente lamenta e deixa para o ano que vem", afirmou.

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