Sem Petrobras, pequenas empresas aumentam produção de campos maduros do RN em 35%
Desde que a saída da Petrobras começou a se acentuar no Rio Grande do Norte, um temor tomou conta de uma cadeia produtiva que já foi responsável por garantir muitos recursos e aquecer a economia local. Contudo, a partir do movimento de desinvestimento da Petrobras nos campos maduros no Estado, pequenas e médias empresas têm assumido os campos de produção. Atualmente, elas são responsáveis por um aumento na produção de Gás Natural em cerca de 35% em alguns desses campos
Para fortalecer ações para estruturação de oportunidades de negócios e infraestrutura necessárias à expansão da produção de petróleo e fornecimento de gás natural do Rio Grande do Norte. Foi com este objetivo que o Governo do Estado, através da secretaria do Desenvolvimento Econômico (Sedec), e a 3R Petroleum assinaram protocolo de intenções nesta terça-feira (5) durante a abertura do Mossoró Expo Oil&Gas (MOGE), no campus da Universidade Federal do Semi-Árido (Ufersa).
“Protocolo de extrema importância, que se insere no contexto do marco regulatório do gás natural e veicular que proporciona ao Rio Grande do Norte ter o preço mais competitivo do Brasil”, afirmou o secretário da Sedec, Silvio Torquato.
Em sua sétima edição, o MOGE segue até o dia 7 de julho com a programação 100% presencial e manterá o formato do evento de 2019, com painéis, estandes, encontros de negócios e mostra científica.
O presidente da Redepetro, Gutemberg Dias, lembrou que o evento “começou em 2016, com uma proposta de fazermos um evento aqui em Mossoró, junto com o SEBRAE, para realizar o primeiro fórum de petróleo e gás aqui da nossa região. E, desde então, só vem crescendo. Este evento tem uma importância muito grande para a economia desde quando nós iniciamos esse movimento para reativar o onshore brasileiro, exatamente no processo de desinvestimento da Petrobras”.
Maior evento do onshore (produção em terra) do Brasil, o MOGE é realizado pela Redepetro e Sebrae RN, com apoio de Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Petróleo e Gás (ABPIP), Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN), Governo do Estado do RN, Prefeitura de Mossoró, patrocinadores e outros parceiros.
“Estaremos juntos nessa jornada, naquilo que podemos fazer com toda a nossa equipe, com nosso polo, temos um polo de referência do petróleo que fica em Salvador, que está aqui presente, temos a representação de diversos colegas, sistemas SEBRAE, conhecedores, especialistas na área e estaremos dando o suporte a essas empresas e, mais do que isso, ajudando principalmente a fazer negócio”, ressaltou o diretor técnico do Sebrae, João Hélio Cavalcante.
Produção
“Muito significativo que um evento desse, em que vejo tantos rostos familiares, ocorra aqui em Mossoró. Essa região, que teve sua primeira perfuração realizada em 1956, abriga o primeiro poço comercial do Estado do Rio Grande do Norte, que é o NO 14. perfurado em 1979 e que é produtora até hoje no campo de Mossoró. Hoje a produção de petróleo no Rio Grande do Norte em ambiente terrestre é de cerca de 30 mil barris por dia. O que significa dizer que o Estado é responsável por quase 40% de toda a produção onshore no Brasil”, enfatizou o diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Rodolfo de Saboia.
Para o presidente da FIERN, Amaro Sales, “estamos falando do futuro, do que vai acontecer no Rio Grande do Norte. Estamos falando de desenvolvimento, geração de renda, geração de emprego, geração de recursos econômicos para o Estado do Rio Grande do Norte. O Rio Grande do Norte precisa avançar, precisa nas suas energias, petróleo e gás, ter um nome diferente lá fora, nós somos uma bússola no final do túnel, nós temos uma bússola que é o desenvolvimento do estado”.
Atualmente, 90% do gás distribuído no Rio Grande do Norte (setor não termelétrico) vem de um produtor de gás onshore. Neste mês de junho, a Empresa de Pesquisa Energética - EPE, publicou um estudo sobre o custo de desenvolvimento da produção de petróleo e gás natural, que mostra que o custo de produção do gás em terra e em águas rasas é mais barato e mais baixo do que do gás produzido em águas profundas.
Para o segmento que participa da feira, apostar na produção onshore se apresenta como um movimento a ser desenvolvido e fomentado no curto e médio prazo como estratégia de enfrentamento à instabilidade nos preços dos combustíveis e seus efeitos negativos à economia e à segurança energética do país.
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