O líder da Minoria, senador Jean Paul Prates (PT-RN), apresentou dois novos pedidos de impeachment contra o presidente da República. Ao todo, o parlamentar já protocolou sete pedidos de afastamento de Bolsonaro.
Um dos pedidos trata dos atos do dia 7 de setembro. Segundo o parlamentar, Bolsonaro transformou a data oficial do bicentenário da independência em momento de ataque ao Estado Democrático de Direito, por meio da instrumentalização das Forças Armadas brasileiras, em plena campanha eleitoral para o pleito de outubro de 2022.
“O que vimos foi um comício ou uma celebração individual e eleitoreira com o uso da estrutura pública e das forças armadas”, declarou em coletiva de imprensa, realizada no salão azul do Senado, nessa quinta-feira (09)
Jean declarou ainda que o presidente discursou para apoiadores, fazendo uso de ato oficial do estado brasileiro promovido com recursos públicos para fins eleitorais.
“O denunciado promoveu ainda episódio de violência política, ao atacar adversários do atual processo eleitoral e afirmar que ‘esse tipo de gente tem que ser extirpada da vida pública’. Também fez declarações machistas e misóginas”, disse o líder da Minoria.
“As declarações e atos do denunciado contra o Supremo Tribunal Federal no discurso proferido em Brasília no sete de setembro constituem os crimes de responsabilidade de opor-se diretamente e por fatos ao livre exercício do Poder Judiciário e de usar de ameaça para constranger juiz, na medida em que tratou com honras de Chefe de Estado notório investigado pelo STF, incitou agressões de apoiadores contra magistrados da mais alta corte do país e ameaçou enquadrá-los caso venha a ser reeleito”, afirma o senador potiguar.
O uso das forças armadas também foi destacado pelo parlamentar. “Os atos e declarações do denunciado ao longo do sete de setembro de 2022 se amoldam, ademais, nos crimes de responsabilidade de servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder e incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina, quando usou sua condição de comandante supremo das Forças Armadas para alterar o local onde comumente ocorre o desfile cívico militar de sete de setembro no Rio de Janeiro e fez uso das Forças Armadas em atos antidemocráticos convocados pelo próprio Presidente da República, Jair Bolsonaro, incentivando membros de instituições militares a violarem o ordenamento jurídico, atentando contra as instituições democráticas”, completa Jean.
Imprensa
O outro pedido do parlamentar tem como base os ataques do presidente a jornalista Vera Magalhães e ao presidente do Chile, no debate presidencial realizado na Band, na semana passada.
Na ocasião, Vera perguntou sobre a diminuição da cobertura vacinal no país. Em resposta o mandatário disparou: “Vera, não podia esperar outra coisa de você. Eu acho que você dorme pensando em mim, tem uma paixão por mim. Você não pode tomar partido num debate como essa, fazer acusações mentirosas ao meu respeito. Você é uma vergonha para o jornalismo brasileiro”.
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