Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 é uma evolução do primeiro, mas isso não significa muito
Por Harley Nascimento
Existem 2 tipos de violência que podem ser utilizadas num filme de terror. Tem a violência que diverte, como em Pânico 4, em que Wes Craven dirige a cena do armário de uma maneira que quem assiste se diverte com o que está vendo, ao mesmo tempo que fica em choque com a brutalidade.
Também há a violência que choca e busca causar, acima de tudo, desconforto. Quando o Mal se Aproxima usa cenas explícitas para causar choque e desconforto com a temática familiar.
E tem Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2, em que o gore e as cenas explícitas estão presentes em tantos momentos que, ao mesmo tempo que não são mais tão divertidas, o desconforto e o impacto que elas poderiam causar são quase inexistentes e acabam causando, no máximo, uma certa indiferença.
Abusar das cenas brutais de violência é uma ideia clara do diretor Rhys Frake-Waterfield. Ele deixa transparecer como ele se diverte dirigindo todas estas cenas, fica óbvio o quão ele gosta de brincar com a ideia de personagens infantis sendo monstros sanguinarios e ele aproveita cada minuto - e cada centavo de seu orçamento - para aproveitar esses momentos.
Em comparação ao seu antecessor, essa sequência é uma visível evolução em todos os aspectos. Da maquiagem dos monstros, as mortes expostas na tela, até mesmo o elenco é muito superior ao primeiro filme, parecendo de verdade um longa metragem filmado para o cinema, diferente do anterior que se assimila muito mais a um projeto de faculdade. Uma pena que ser melhor que o seu predecessor não quer dizer muita coisa.
Frake-Waterfield até tenta construir um plano de fundo dramático, com o Christopher Robin tendo traumas com o sequestro de seu irmão, da situação que ele passou no longa anterior. Há até mesmo uma leve referência a franquia Pânico, quando Rhys utiliza da meta-linguaguem em um breve momento em que é mostrado que, dentro daquele universo, foi produzido um filme de terror sobre o massacre do bosque dos 100 acres.
O problema é que parece que todo essa tentativa de drama está lá apenas pra cumprir tabela, quando todas as cenas que tentam desenvolver a narrativa fora da brutalidade parecem sair diretamente de uma telenovela mexica e são gravadas da forma mais preguiçosa possível.
O filme ainda conta com cenas durantes os créditos que mostram quais serão os próximos monstros do "Poohniverse", universo compartilhado em que Ursinho Pooh: Sangue e Mel 2 faz parte.
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