Vinícius Júnior: falo pelos que não têm voz

15 de Junho 2023 - 22h25

 

O combate ao racismo no futebol tem um expoente: Vinícius Jr. Ele já foi alvo de várias manifestações do gênero, algumas bem recentes, e não se calou. Nesta quinta (15), em Barcelona, num rápido contato com a imprensa, o atacante da Seleção Brasileira foi comovente ao resumir seu sentimento sobre o tema.

“Eu quero seguir isso por todos aqueles jovens, por todas aquelas pessoas que sofrem, que não tem a voz que eu tenho”, disse.

Atitudes criminosas contra o jogador motivaram ações coordenadas pela CBF e o jogo contra a seleção de Guiné, nesse sábado (17), em Barcelona, faz parte de um pacote de medidas adotadas pela entidade.

No pronunciamento na sala de imprensa do CT do Espanyol, após o treino, Vinícius agradeceu aos presidentes da CBF e da Fifa, Ednaldo Rodrigues e Gianni Infantino, pelas ações que estão sendo feitas para harmonizar o ambiente do futebol, afastando e punindo os que apregoam preconceitos.

“Venho aqui agradecer a todos que estiveram comigo desde o episódio no jogo do Real Madrid com o Valencia (em 21 de maio, pela Liga Espanhola, em Valência, quando parte do público o hostilizou com ofensas racistas), o presidente da CBF, o presidente Gianni Infantino, todos os clubes do Brasil, todas as pessoas do Brasil e do mundo inteiro que estão comigo e me dando força pra seguir nessa batalha.”

Ao lembrar do início de sua carreira, Vinicius citou sua família e o Flamengo como pilares de sua formação. “Eu tenho a cabeça muito tranquila. Minha família me ajudou, o Flamengo me ajudou quando eu comecei no clube, com 16 anos, e já sofria com racismo e com toda pressão que havia em cima de mim como jogador de futebol.”

Por fim, o atacante deixou claro que nada o intimidará para que não denuncie mais atos racistas notadamente nos estádios de futebol. “Sempre trabalhei calado e hoje eu tenho força para poder falar de um assunto muito importante.

*Site da CBF

Do blog

Semanas atrás, somente em uma rodada, testemunhei o protesto contra o racismo, com os jogadores, muitos, de forma tímida, como se estivessem fazendo algo errado, de punho erguido, símbolo desta luta vital. Uma vez só.

Em contrapartida, nas semanas seguintes, em todos os jogos das três séries (não vi Série D) ele repetiram, sem exceção, o gesto da mão na boca exigindo veto do presidente Lula (que concedeu) ao projeto de flexibilização da taxa indenizatória.

Escrevo isso para dizer que as questões financeiras, infelizmente, sempre estão acima de lutas muito mais importantes (não que o veto não merecesse).

Gostaria de ver muito mais engajamento dos atletas em questões como racismo, misoginia, machismo e homofobia, praga dos nosses estádios de futebol, quem sabe, no futuro, poderíamos nos ver livres de ações criminosas e nenhum atleta agindo como Robinho ou Daniel  Alves, para citar somente dois casos.

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