Por Marcus Arboés
Dois empréstimos de jogadores movimentam o mercado do futebol potiguar nesta reta final de ano. O América anunciou o retorno de Zé Eduardo, do Cruzeiro. O ABC, de acordo com Junior Lins, ainda não anunciou, mas contará com a volta de Matheus Matias que pertence ao Corinthians.
A comparação é feita pelos perfis serem bem parecidos: ambos são centroavantes, estão na mesma faixa de idade, até saíram do estado no mesmo tipo de cenário e passaram por empréstimos nos últimos anos.
Mas qual é a melhor contratação? Para avaliar isso, precisamos ver, além dos números, o retrospecto dos dois jogadores e como eles serão utilizados nos times.
Retrospecto:
Matheus Matias saiu do ABC em 2018, após um bom começo. Não conseguiu se firmar no Corinthians e, além de ser usado - até pouco -, na base, passou por alguns empréstimos. Em 2019, até teve médias boas, mas não foi muito utilizado no Ceará e, no Avaí, também acabou não se firmando com supostos problemas de indisciplina. 18 jogos e 5 gols. Em 2020, foram três empréstimos com muito pouco proveito. Oeste, São Bernardo e Paraná. 5 jogos no total e nenhum gol.
Já Zé Eduardo, se destacou na base do Visão Celeste em 2018 e, em 2019, foi para o Cruzeiro. Lá, só chegou a ser usado pelo time profissional, em crise, em 2020, apenas uma vez. Na sua chegada, foi bem no sub20 da Raposa e, ao subir para o profissional, foi emprestado duas vezes em duas boas campanhas, no Vila Nova e no América. Fez 11 jogos no ano e 9 gols.
O 2021 não foi bom para nenhum dos dois. Matheus até jogou no Brasileirão de Aspirantes e fez só 2 gols em 13 partidas. Já o caso de Zé é bem mais complicado. Desde 2020, passou por vários problemas, desde a questão cardíaca e até questões judiciais. O fato é que ele acabou tendo espaços com nenhum dos treinadores e já não tinha idade para jogar sub20. São mais de 400 dias sem entrar em campo.
Como será utilizado no time:
Matheus é um atacante alto que se posiciona muito bem na área e sempre domina procurando a finalização, independente de onde esteja. Só que o ABC tem adotado um modelo mais reativo, aproveitando contra-ataques com passes rápidos.
Nisso, Jefinho, já anunciado pelo ABC, é um atacante que participa melhor dessa transição para o ataque e ajuda muito na recomposição. Isso pode dar mais liberdade pra Wallyson, que Moacir poupa da marcação. Ainda comparando, o pivô de Jefinho é forçando contato, e a bola sai mais rápido do pé dele. Matheus foge mais do contato e a dá mais toques na bola antes de passar para alguém.
Zé Eduardo não tem tanto jogo aéreo e não é tão físico como Matheus, mas tem explosão física e ataca melhor os espaços livres na defesa. Um time que valoriza posse e cria mais espaços por dentro, como América de Renatinho Potiguar, pode dar melhores oportunidade para o América.
Conclusão:
Tem uma diferença com a intenção da contratação. Zé Eduardo foi a prioridade do América pra posição e, ainda que precise recuperar o ritmo e a condição física, pensando na mais na Série D que no Estadual, volta com possibilidade e retrospecto para ser titular, afinal, ficou mais sem jogar por condições extracampo do que pela qualidade.
Por sua vez, o ABC, priorizou a contratação de Jefinho pelo perfil e, até por isso, se disputar titularidade com Matheus, deve ser o preferido pelas características que tem. Matheus vem como uma alternativa até mesmo de variação ou para caso o cenário de um jogo exija, além da rotação de atletas mantendo a qualidade técnica.
Por isso, e considerando que o jogador do Corinthians não se adaptou, nesse período, em quase todos os cenários e competições por quais passou, a contratação do América pode ser mais eficaz, mas ainda é preciso ver a atuação deles em campo para dar uma resposta precisa.
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