Policiais civis da Delegacia Especializada de Falsificações e Defraudações (DEFD) de Natal deflagraram, na manhã desta sexta-feira (19), a operação “Engrenagem Suja”, que resultou na prisão preventiva de um casal suspeito de integrar uma associação criminosa especializada em fraudes envolvendo óleos lubrificantes automotivos. As prisões ocorreram no bairro Santos Reis, em Parnamirim, na Região Metropolitana de Natal.
Segundo as investigações, a mulher, de 40 anos, funcionária de uma das empresas vítimas, teria realizado compras não autorizadas em nome da instituição entre os dias 20 de agosto e 9 de setembro deste ano. Nesse período, foram adquiridas 505 caixas de óleo lubrificante automotivo, gerando um prejuízo inicial de R$ 236.658,00.
O golpe foi descoberto após a própria funcionária relatar à empresa que um terceiro estaria revendendo óleos por valores muito abaixo do mercado. Convencida pela versão, a empresa comprou parte da carga que havia sido desviada em seu nome, sofrendo novo prejuízo de R$ 67.500,00. A partir dessa movimentação, a polícia identificou “laranjas” que recebiam parte dos valores ilícitos.
As apurações também revelaram a participação ativa do marido da suspeita, de 46 anos, responsável por armazenar os produtos na casa de sua mãe e coordenar a distribuição da mercadoria. Outro investigado atuava no transporte. O casal, apontado como mentor intelectual do esquema, contava com o apoio de pelo menos três pessoas para movimentar os valores e garantir a logística. O prejuízo total ultrapassa R$ 300 mil.
Durante a operação, foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos bairros Santos Reis, Rosa dos Ventos e Bom Pastor, em Parnamirim. A ação contou com apoio da Delegacia Especializada em Defesa da Propriedade de Veículos e Cargas (DEPROV) e da Delegacia Especializada em Furtos e Roubos (DEFUR), ambas de Natal.
Além das prisões preventivas, um terceiro suspeito, de 35 anos, foi preso em flagrante por receptação qualificada no bairro Potengi, Zona Norte de Natal, com 50 caixas de óleo lubrificante desviadas pelo grupo.
Os presos foram conduzidos à delegacia, submetidos aos procedimentos legais e encaminhados ao sistema prisional, onde permanecem à disposição da Justiça. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.
O nome da operação, “Engrenagem Suja”, faz referência ao funcionamento de um veículo automotor e simboliza a atuação da funcionária dentro da empresa, associada à corrupção e fraude das engrenagens do sistema.