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Política

Comissão aprova Orçamento: corte no Bolsa Família e superávit de R$ 15 bi

Jamil Bittar/Reuters

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) aprovou, de forma simbólica, nesta quinta-feira (20) o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2025. A proposta prevê corte de R$ 7,7 bilhões no Bolsa Família e superávit primário de R$ 15 bilhões. O projeto segue agora para a votação no plenário do Congresso Nacional. A notícia é da CNN Brasil.

O texto aprovado foi o relatório do senador Ângelo Coronel (PSD-BA), apresentado nesta manhã. Ele também rejeitou todos os 25 destaques que foram apresentados. O superávit primário previsto equivale a 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB). A projeção do PLOA é maior que a feita anteriormente pelo governo, que estimava superávit primário de R$ 3,7 bilhões, mais próximo à meta de déficit zero.

A conta não inclui R$ 44,1 bilhões em precatórios, que foram excluídos do cálculo da meta por determinação do STF (Supremo Tribunal Federal). Caso os valores dos pagamentos fossem adicionados, o resultado previsto no projeto seria de déficit de R$ 40,4 bilhões, o equivalente a −0,33% do PIB fora do teto da meta de déficit zero, que permite acomodação de rombo de até 0,25% do PIB.

O projeto da peça orçamentária direciona R$ 50,4 bilhões para emendas parlamentares. Do montante, cerca de R$ 38.8 bilhões são impositivas, ou seja, de pagamento obrigatório. Esse é o cado das emendas de bancadas estaduais e de individuais, de cada senador e deputado. Outros R$ 11,5 bilhões são de emendas de comissão, mas não têm pagamento obrigatório.

 

Cortes

Nos últimos dias, o Executivo enviou vários ofícios com sugestões de ajustes no projeto original da LOA enviado em agosto do ano passado. Entre as mudanças está o corte de R$ 7,7 bilhões do Bolsa Família para o ano.

Parlamentares governistas têm minimizado a medida e afirmado se tratar de um “pente-fino” para corrigir irregularidades no pagamento do benefício. A alteração sugerida pelo governo federal foi feita para viabilizar outros programas, como o Auxílio-Gás, que terá aumento previsto de R$ 3 bilhões.

“Há quem tente apontar cortes inexistentes. Mas é preciso ser claro: não há que se falar em cortes, e sim em ajustes necessários para que o orçamento atenda de forma mais inteligente às demandas do país”, afirmou o relator na reunião.

No relatório, não há menção ao Pé-de-Meia, programa de auxílio financeiro para estudantes. O projeto original reservou R$ 1 bilhão para a iniciativa no Orçamento, mas o custo total estimado ao longo do ano é de R$ 12 bilhões, segundo o relator. Os valores devem ser enviados pelo governo de forma suplementar por meio de projeto de lei.

“Em verdade, deixaremos para o governo mais de R$ 12 bilhões relativos a um ajuste inflacionário que impactou no cálculo do teto de gastos. Esse valor pode garantir a continuidade de programas muito importantes para a população como, por exemplo, o Pé-de-Meia”, disse Angelo Coronel.

O texto elaborado também traz ajustes em despesas com outros programas. O Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e abono salarial têm previsão de aumentos de R$ 678,2 bilhões, R$ 338,6 milhões e R$ 183,2 milhões, respectivamente. Já o aumento das despesas previdenciárias previsto é de R$ 8,3 bilhões.

 

Análise no Congresso

No Congresso, a sessão de deputados e senadores convocada para esta tarde, a partir de 15h, será semipresencial, ou seja, permitirá o voto remoto dos parlamentares, o que deve garantir o quórum para a votação.

A votação do Orçamento de 2025 deveria ter sido feita ainda no ano passado, mas o impasse sobre a transparência das emendas parlamentares atrasou a discussão. Neste ano, a análise foi destravada após o Supremo Tribunal Federal (STF) homologar o acordo sobre o plano de trabalho dos recursos.

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