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Política

Correios vão gastar R$ 380 milhões com agências de publicidade sob histórico de escândalos

Foto: Divulgação/Agência Brasil

Os Correios devem encerrar na primeira semana de abril uma licitação de R$ 380 milhões para gastar por ano com publicidade. A estatal divulgou neste mês os nomes das quatro agências finalistas. Três delas têm ligação com algum escândalo do passado que envolveu o Partido dos Trabalhadores (PT), segundo informações do site Poder360.

 

O processo de licitação milionário se desenvolve principalmente em um momento em que a estatal contabiliza um rombo de R$ 3,2 bilhões em 2024. Em 2025, a expectativa é de piora. Só em janeiro, os prejuízos acumulados foram de R$ 424 milhões. Números como esses contribuem para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva entre para a história como o pior na gestão de estatais.

 

Quem os Correios escolheram; confira

As quatro agências de publicidade que disputam a fortuna dos Correios são:

- Cálix Comunicação e Publicidade Ltda;

- Filadélfia S.A;

- Puxe Comunicação Ltda; e

- Jotacom Comunicação e Publicidade Ltda.

Das quatro, Cálix, Filadélfia e Puxe se envolveram no passado em escândalos de corrupção ligados ao PT, partido do presidente da República.

O processo está na etapa de análise de recursos das agências que não conseguiram se classificar. Caso algum desses recursos prospere, a concorrência pode assim ganhar novo prazo para conclusão. Curiosamente, nenhuma das maiores agências do Brasil, inscritas no certame, conseguiu sequer passar à segunda fase. A estatal garante que tudo teve condução dentro das regras. 

 

Agência na liderança é de ex-assessor de petista

A empresa que ficou em primeiro lugar no processo de licitação é a Cálix, uma agência de Brasília fundada em 2003. O dono é o ex-policial Marcello Oliveira Lopes, conhecido como Marcellão. Ele foi assessor do ex-governador de Brasília Agnelo Queiroz (PT) durante a gestão petista na capital federal (2011-2015).

Lopes perdeu o cargo depois de a Polícia Federal citá-lo, em 2012, por suspeita de fazer parte de uma interceptação ilegal de e-mails de adversários políticos. A agência já existia na época e funcionava em paralelo à sua atuação como policial civil. Conforme investigações, Marcellão seria colaborador de uma pessoa com ligação ao grupo do bicheiro Carlinhos Cachoeira.

A Filadélfia Comunicação, em segundo lugar no processo, pertence a Érica Fantini Santos, enteada do advogado José Roberto Moreira de Melo, ex-sócio do publicitário Marcos Valério em uma assessoria empresarial. Valério foi um dos principais operadores do Mensalão, núcleo de corrupção no primeiro mandato de Lula. 

A Filadélfia assinou, em novembro de 2024, um contrato de R$ 13,97 milhões para prestar serviços de comunicação digital ao Ministério das Comunicações durante um ano. A empresa nega vínculo com Melo, que respondeu por condenação na Justiça Federal no Rio de Janeiro devido a corrupção ativa e lavagem de dinheiro no Mensalão. 

 

Ligações com a Prefeitura de Santos

A Puxe Comunicação, terceira agência selecionada e com histórico de suposta ficha suja, tem como dono Francisco Borges Simas, filho de Cláudio Diniz Simas, condenado em 1999 por improbidade administrativa no governo petista de David Capistrano (1948-2000) à frente da Prefeitura de Santos (SP). Na época, Simas era dono da agência Sempre Propaganda. 

Os representantes das agências negam vínculos com os atos de corrupção no passado. Desde 2022, os Correios não têm um contrato ativo de publicidade. O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) suspendeu novos acordos por considerar desnecessário dar publicidade a uma empresa com grande presença no país. Sob Lula, no entanto, as torneiras de patrocínio reabriram, contribuindo para o prejuízo da companhia.

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