O dólar está caindo de novo nesta terça-feira (4) e atingiu R$ 5,75 na mínima do dia. Após uma disparada no fim de 2024, a cotação agora acumula mais de 10 dias em queda. A notícia é do g1.
Os investidores avaliam que o "tarifaço" proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, veio mais fraco do que se previa. Trump anunciou no fim de semana que cobraria 25% sobre produtos de México e Canadá, mas negociou acordos com ambos os países para suspender a medida por um mês.
A China também será taxada pelos EUA, e nesta terça respondeu às medidas de Trump anunciando que vai cobrar tarifas sobre petróleo e gás vendidos pelos americanos. Apesar disso, o mercado ainda interpreta que as ameaças tarifárias de Trump estão perdendo força.
Analistas consideram que as tensões entre EUA e China possam ter o mesmo resultado que a pressão sobre México e Canadá.
"A retórica superagressiva de Trump parece ser, de fato, o que todos suspeitavam desde o início: uma grande alavanca para negociar acordos comerciais e atender outros objetivos políticos", disse Eduardo Moutinho, analista de mercados do Ebury Bank, à agência Reuters.
Na agenda do dia, destacam-se os novos dados de atividade dos Estados Unidos e a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC).
No documento divulgado nesta terça-feira, a instituição projeta uma inflação acima da meta pelo menos até junho deste ano e destaca a preocupação com a alta dos preços dos alimentos, que deve "se propagar para o médio prazo".
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, também opera em baixa.
Dólar
Às 15h25, o dólar caía 0,83%, cotado a R$ 5,7669. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,7568. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,38%, cotada a R$ 5,8153.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
O que está mexendo com os mercados?
Os desdobramentos do "tarifaço" imposto pelo presidente dos EUA, Donald Trump, continuam a impactar os mercados globais.
Nesta terça-feira (4), a China impôs novas tarifas sobre importações dos EUA, em retaliação às taxações norte-americanas. O gigante asiático determinou um imposto de 15% para carvão e Gás Natural Liquefeito (GNL) dos EUA e 10% para petróleo bruto, equipamentos agrícolas e alguns automóveis.
As taxas passam a valer na próxima segunda-feira (10). A decisão do gigante asiático é mais um passo na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo, e coloca a atenção sobre a efetividade das ameaças tarifárias dos EUA, uma estratégia antiga usada pelo país para favorecimento próprio.
A leitura, no entanto, é que esse "tarifaço" tem perdido a força. Isso porque só na segunda-feira, por exemplo, Trump já recuou de suas ameaças e fez acordo com o México e com o Canadá. Em ambos os casos, o tratado determinou a pausa das tarifas durante um mês, além de medidas de ambos os países para controlar o que passa por suas fronteiras.
No entanto, a leitura é que esse "tarifaço" tem perdido força. Na segunda-feira, Trump fez acordos com o México e o Canadá, que determinaram a pausa das tarifas durante um mês, além de medidas de ambos os países para controlar o que passa por suas fronteiras.
Agenda do dia: de olho nos juros e em dados de atividade dos EUA
No cenário doméstico, as atenções estão voltadas para a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que aconteceu na semana passada. O encontro resultou na decisão de aumentar a taxa básica de juros (Selic) em 1 ponto percentual.
No documento, o comitê afirmou que as expectativas de inflação aumentaram significativamente nos últimos meses, para o curto, médio e longo prazo. As projeções indicam uma inflação acima da meta pelos próximos seis meses consecutivos.
A partir de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo é uma inflação de 3% – considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%.
No regime de meta contínua, se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Se as projeções se concretizarem, 2025 terá um novo estouro da meta de inflação.
Entre os fatores que pressionam a inflação, o Copom destaca:
Alta dos preços dos alimentos;
Pressão do dólar sobre a economia;
Perspectivas cautelosas sobre a capacidade do governo de equilibrar as contas públicas.
Com esses fatores em mente, a instituição já indicou um novo aumento de 1 ponto percentual na próxima reunião, o que deve levar a taxa Selic a 14,25% ao ano. Outras altas ainda são esperadas, e o mercado projeta os juros a 15% ao ano até o fim de 2025.
Juros mais altos atraem mais investidores, pois os títulos públicos passam a oferecer rentabilidades mais atrativas. Isso pode ajudar a reduzir a pressão do dólar.
No exterior, foram divulgados os dados da indústria dos EUA. Segundo o Departamento de Comércio norte-americano, as novas encomendas de produtos manufaturados caíram em dezembro, puxadas por um declínio nas reservas de aeronaves civis. A demanda em outros setores, no entanto, foi firme.
Além disso, as vagas de emprego em aberto na maior economia do mundo também recuaram no último mês de 2024. O número baixo de demissões, por outro lado, ainda sugere que o mercado de trabalho não está desacelerando abruptamente.