A Polícia Federal realizou nessa terça-feira (9), a Operação CA/CL, que mira uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras e lavagem de dinheiro. Entre os alvos está um empresário potiguar conhecido na cena noturna de Natal: dono de um bar bastante frequentado na capital e também atuante como coach e mentor, com mais de 100 mil seguidores nas redes sociais. Minutos após a operação ganhar repercussão, os comentários do perfil dele no Instagram foram colocados como privados.
De acordo com a PF, o grupo investigado montou um esquema milionário para obtenção de empréstimos e linhas de crédito fraudulentas por meio de empresas de fachada ou registradas em nome de laranjas. As investigações revelam um sistema estruturado que envolvia alterações societárias fictícias, aumento artificial de capital social, notas fiscais frias, uso de máquinas pesadas inexistentes como garantia e até endereços incompatíveis com as empresas declaradas.
O esquema também contava com o envolvimento de um funcionário de uma instituição financeira federal, apontado como responsável por inserir informações falsas em sistemas internos, ignorar alertas e aprovar créditos sem qualquer verificação adequada. Segundo a PF, algumas das empresas envolvidas declaravam faturamento de milhões de reais sem ter sequer um empregado registrado.
Após a liberação dos valores, o dinheiro era pulverizado em contas de pessoas físicas e jurídicas ligadas à organização. Parte dos recursos era usada para comprar veículos e imóveis destinados à blindagem patrimonial, muitos registrados em nome de terceiros. Veículos de alto valor eram enviados para outros estados, dificultando o rastreamento.
Conforme a investigação, pelo menos 20 empresas foram utilizadas entre 2022 e 2025, gerando prejuízo estimado em milhões de reais. A PF ainda apura se outras companhias também foram operadas pelo grupo, o que pode elevar ainda mais o montante fraudado.
A operação desta terça mobilizou oito equipes da Polícia Federal e cumpriu uma prisão preventiva e cinco prisões temporárias, além de bloqueios de contas bancárias e restrições sobre bens adquiridos com dinheiro ilícito. Na ação, foram apreendidos documentos, veículos, mídias eletrônicas e registros contábeis que devem alimentar as próximas fases da investigação.
Os investigados poderão responder por crimes financeiros, lavagem de dinheiro e organização criminosa.