Uma mulher de 60 anos foi vítima do “golpe da selfie” e, sem querer, contratou um empréstimo de R$ 11 mil. O caso ocorreu em 20 de fevereiro, em Guarulhos (SP), quando um falso motoboy a abordou na porta de casa, insistiu para que recebesse um pacote e, ao empurrá-la contra o portão, tirou uma foto do rosto dela. O pacote continha todos os seus dados.
No golpe, criminosos usam dados pessoais para enganar a vítima, muitas vezes prometendo benefícios inexistentes, como cestas básicas. Eles pedem uma selfie para "comprovação de identidade" e ocultam informações bancárias na tela do celular para evitar que a pessoa perceba que está autorizando um empréstimo. Idosos são os alvos mais comuns devido à menor familiaridade com tecnologia.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta para cuidados como evitar tirar selfies para desconhecidos e não fornecer dados pessoais em links suspeitos.
A filha da vítima percebeu o golpe ao verificar o aplicativo do banco. Pouco depois, o criminoso retornou para tentar coletar a biometria da aposentada e transferir o dinheiro, mas fugiu ao ser recebido pelo marido dela.
Imagens de segurança registraram o suspeito de capacete diante da casa. A vítima fez um boletim de ocorrência e contatou a ouvidoria do banco para bloquear a conta e cancelar o contrato, mas o empréstimo já havia sido liberado. O contrato previa R$ 11.326,01 com juros de 19,5% ao mês e 748,03% ao ano, totalizando R$ 85.689,36 em 36 parcelas de R$ 2.380,26.
Ao buscar ajuda no banco, a aposentada foi mal atendida. Com o boletim de ocorrência em mãos, invocou o direito do arrependimento, que permite o cancelamento de contratos firmados fora do estabelecimento em até 7 dias. A instituição pediu mais 7 dias úteis para avaliação, mas não deu resposta.
Somente após contato do Metrópoles, 12 dias úteis depois, o banco cancelou o contrato, alegando atrasos devido ao Carnaval.
