Oferecimento:

Logo 96FM

som+conteúdo

1920x350px.gif

Brasil

'Achei que era uma espinha, até espremi', diz mãe diagnosticada com câncer de pele

Fabiana e Tom — Foto: Arquivo pessoal
TUDO SOBRE assassinado do ex-prefeito.gif

Quando a empresária Fabiana Amorim, 53, de São Paulo, notou uma manchinha na testa, imaginou que era apenas uma espinha, chegou até a espremer. Mas, mesmo depois que a casquinha cicatrizou, a espinha continuava lá. Ela resolveu ir à dermatologista para uma avaliação e recebeu uma notícia devastadora: era um câncer de pele. “Na hora daquele baque, eu chorei, me desesperei”, diz em entrevista exclusiva à Crescer.

Tudo começou em junho deste ano, quando Fabiana se olhou no espelho e reparou uma manchinha com uma pontinha preta. “Achei que era uma espinha. Primeiro, não quis cutucar, mas ela não saiu, continuou ali. Resolvi espremer, chegou a machucar, deu casquinha. Pensei: 'Bom, agora a casquinha vai sumir e ela vai sumir junto'”, recorda.

A casquinha demorou vários dias para cicatrizar. Quando finalmente sumiu, a espinha continuava lá. O câncer de pele passou pela sua cabeça. “Mas pensei que não devia ser isso. Sou muito vaidosa, vou ao dermatologista todo ano, protejo demais minha cara, uso protetor solar, boné, chapéu… Mas a espinha não saía. Pensei que devia ser um cabelo encravado. Tentei achar a pontinha do cabelo para puxar, mas não achava”, conta.

'Bateu o desespero'

Então, ela conversou com uma amiga que contou que surgiu um pontinho preto, parecido com uma espinha, e era um câncer de pele. “Falei: 'Ferrou'. Corri para a minha médica. Ela, só de olhar, já falou que ia me encaminhar para um dermato oncológico e cirurgião. Aí foi que bateu o desespero”, destaca.

Fabiana logo marcou uma consulta com a especialista, que confirmou o diagnóstico de carcinoma basocelular, um tipo comum de câncer de pele. “Ela fez todos os exames e disse que não dava para retirar o câncer no consultório, teria que marcar em um hospital, pois ia precisar de um microscópio”, diz. “Por mais que eu saiba que o câncer de pele é o tipo mais tranquilo de enfrentar, não é uma notícia fácil de receber. Vai ser uma cirurgia e já está grande, parece uma raiz de árvore ramificada”, acrescenta.

Agora, a empresária está aguardando para fazer a cirurgia de remoção. “Tem que fazer o agendamento de hospital e pedir autorização para o plano de saúde. Também já estou procurando um cirurgião plástico para acompanhar e deixar uma cicatriz bem pequena”, explica.

'Eu estou repensando bastante a minha vida'

Fabiana é mãe do Tom, de 10 anos. “Tenho uma relação muito transparente com ele, de amizade, de parceria. Quando contei que a pintinha da mamãe vai precisar fazer uma cirurgia, que é um câncer de pele, a primeira reação dele foi começar a chorar”, lembra.

A empresária fez de tudo para se manter forte e passar segurança para o pequeno nesse momento. “Eu falei: 'Vai ser muito tranquilo. E mamãe promete que, se for ficar alguma cicatriz, mamãe vai pedir para o médico para fazer igual à do Harry Potter. Um raio, sabe? Igual quando ele enfrentou o Voldemort'. Ele começou a rir”, conta.

O diagnóstico transformou sua forma de pensar. “A gente tem que ser feliz, a gente tem que viver bem, a gente não tem que dar valor a tanta besteira que, às vezes, a gente dá como preocupações. Eu estou repensando bastante a minha vida, a minha trajetória, o que dou valor e o que posso deixar para lá”, afirma. “Eu quero estar cada vez mais presente para o meu filho, vivendo hoje, agora, curtindo e ensinando coisas legais para ele”, adiciona.

'Temos que ter muita atenção'

Fabiana tem publicado vídeos nas suas redes sociais para alertar sobre os sinais do câncer de pele. “Nós, mulheres, fazemos check-up todos os anos, a gente está muito preocupada com câncer de mama, câncer de útero, câncer de ovário, tireoide. Mas câncer de pele, a gente não se preocupa. É uma pinta, é uma espinha. Talvez se não fosse na testa, eu ia demorar anos para descobrir”, diz.

O carcinoma já estava presente muito antes de junho deste ano. “Comecei a procurar nas minhas fotos e cheguei em abril de 2024. Então, na realidade, tem 1 ano e três meses”, afirma. “Em agosto de 2024, fui à minha dermatologista que vou todo ano. Eu peço para fazer um check-up e fazer um plano de tudo que a gente tem que fazer. E ela não viu. Ela fez várias fotos de uma máquina potente e não viu. Na época, eu ia tirar um câncer que tinha milímetros. Hoje ele está com mais de um centímetro”, menciona.

A empresária acredita que, apesar de sempre dar atenção à pele, todo cuidado é pouco. “Para mim, ficou o aprendizado de que tenho que ir para dois médicos. Um dermatologista estético, quando eu quero fazer um botox ou um preenchimento, e eu tenho que ter um dermatologista clínico para ir lá e falar: 'Olha as minhas pintas e as minhas manchinhas'. Acho que esse alerta fica. Você tem um dermatologista? Quando você vai lá, ele olha todas as suas pintas, todas as suas manchas? Ou ele está focado na estética? Então, eu quis fazer esse movimento nas minhas redes sociais”, afirma.

Os vídeos tiveram uma grande repercussão e várias outras mulheres falaram com Fabiana sobre câncer de pele. “Às vezes, a gente está indo ao médico acreditando que ele está cuidando, que ele está olhando e ele não está. Isso assusta”, diz. “Ainda mais nós que somos mães que temos filhos pequenos e queremos vê-los crescendo e participar da vida deles, temos que ter muita atenção”, finaliza.

Como identificar o câncer de pele?

Existem diversos tipos de câncer de pele. O carcinoma basocelular é o mais comum e também o menos agressivo: se caracteriza por uma lesão (ferida ou nódulo) e apresenta evolução lenta. Segundo o Ministério da Saúde, os principais sintomas do câncer de pele são:

- Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram.

- Sinais ou pintas que mudam de tamanho, forma ou cor.

- Feridas que não cicatrizam em 4 semanas.

O câncer de pele ocorre principalmente nas áreas do corpo que são mais expostas ao sol, como rosto, pescoço e orelhas. Assim que perceber qualquer sintoma ou sinal, procure o mais rapidamente o profissional de saúde especialista para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento.

A cirurgia é o tratamento mais recomendado para tratar o câncer de pele para a retirada da lesão, que, em estágios iniciais, pode ser realizada sem internação. Em casos mais avançados, o tratamento vai variar de acordo com tamanho e estadiamento do tumor, podendo ser indicadas, além de cirurgia, a radioterapia e a quimioterapia, conforme cada caso.

Como prevenir?

A principal orientação para a prevenção do câncer de pele é evitar a exposição ao sol, principalmente nos horários em que os raios solares são mais intensos (entre 10h e 16h), bem como passar protetor solar todos os dias, utilizar óculos de sol com proteção UV, roupas que protegem o corpo, chapéus de abas largas, sombrinhas e guarda-sol.

Deixe o seu comentário

O seu endereço de email não será publicado