Ancelotti revela que convenceu Vini Jr. a mudar posicionamento na Seleção

Carlo Ancelotti acredita que Vinicius Júnior atingiu um novo patamar técnico e tático ao se aproximar do gol. Em entrevista exclusiva à Placar, o treinador da Seleção revelou que teve uma conversa decisiva com o atacante brasileiro sobre sua forma de atuar pela seleção. A notícia é da CNN.

À Placar, o técnico explicou que convenceu o camisa 7 a jogar mais centralizado, e não apenas aberto pela ponta esquerda, papel que ele costumava desempenhar desde os tempos das categorias de base.

“Vejo o Vini como um extremo ou como um atacante centralizado”, afirmou o italiano. “Acredito que um atacante centralizado como ele tem qualidade para marcar muitos gols. Tenho falado com ele: ‘quando você está como extremo, precisa driblar três, quatro vezes e tocar várias na bola. Centralizado, basta um movimento no tempo certo para marcar’. Ele entendeu e gosta dessa posição. É muito perigoso atacando a área com espaço”, explicou Ancelotti.

O treinador é considerado pelo próprio jogador um dos principais responsáveis pela transformação em seu estilo de jogo. Desde a chegada de Ancelotti ao Real Madrid, Vinicius evoluiu do rótulo de ponta veloz e inconsistente para se consolidar como protagonista técnico e ofensivo.

Em 2023, o atacante reconheceu publicamente essa mudança. “Ele me convenceu a mudar de posição, eu não queria. Ele me ensinou a jogar por dentro também. Em um ano, evoluí mais do que em todo o anterior”, disse o jogador, que encerrou aquela temporada com 24 gols e nove assistências em 39 partidas, além do segundo lugar na Bola de Ouro e o prêmio The Best, da Fifa.

O trabalho do técnico italiano envolveu mais do que um simples ajuste de posicionamento. Ancelotti passou a exigir que o brasileiro se movimentasse sem a bola e explorasse os espaços por dentro, sem depender tanto de jogadas longas pela lateral. A estratégia transformou o Real Madrid ofensivamente.

Nas três primeiras temporadas sob o comando do treinador, Vinicius acumulou 90 gols e 59 assistências, somando 149 participações diretas em gols. Antes de Ancelotti, o jogador jamais havia ultrapassado a marca de dez gols em uma única temporada.

Essa mudança também se reflete na seleção. Depois de uma estreia discreta com o técnico italiano, no empate sem gols com o Equador, Vini Jr. começou a atuar mais centralizado. No jogo seguinte, contra o Paraguai, marcou o único gol da partida. Na goleada por 5 a 0 sobre a Coreia do Sul, repetiu o papel de atacante móvel, alternando entre o centro e o lado esquerdo, enquanto Rodrygo e Estêvão completaram o trio ofensivo.

Para Ancelotti, essa liberdade é parte do amadurecimento do jogador. “Não quero que ele seja uma referência fixa, mas alguém que ataque o espaço. É aí que ele se torna letal”, concluiu o técnico.