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Economia

Bets autorizadas foram 15% de transações via Pix no 1º semestre

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Um levantamento divulgado pela consultoria GMattos revelou que as casas de apostas online responderam por 15,3% do total de transferências feitas de pessoas para empresas via Pix no primeiro semestre de 2025. O estudo indica que o sistema de pagamentos instantâneos se consolidou como o principal meio de operação financeira do setor.

Ao total, a estimativa é que os depósitos de apostadores nas bets legalizadas somaram R$ 242,8 bilhões, com prêmios pagos atingindo R$ 225,8 bilhões no período.

De acordo com o CEO da consultoria, Gastão Mattos, essa associação entre Pix e bets ocorreu de maneira natural. Criado em 2020, o Pix ganhou rápida adesão no Brasil e se tornou a opção dominante para movimentações financeiras, incluindo o segmento de apostas esportivas. "O Pix não foi criado para ajudar as bets, mas se tornou o meio de pagamento alavancador de toda a operação de apostas no país", afirmou o executivo.

No cenário de mercado, levantamentos recentes de uma bet autorizada mostram que o futebol responde por quase 90% das apostas realizadas, seguido por tênis e basquete. Esse perfil de consumo ajuda a dimensionar o impacto financeiro do setor, cuja operação, sustentada pelo Pix, movimenta cifras bilionárias que atraem a atenção das autoridades.

O Ministério da Fazenda acompanha de perto a movimentação e propõe taxar mais as bets. Em relatório de planejamento para 2025, a Receita Federal classificou o setor de apostas de cota fixa como “estruturante” e apontou que será necessário garantir conformidade tributária diante do volume expressivo de recursos movimentados. Nesse contexto, o governo discute a cobrança retroativa de tributos de 135 plataformas, medida que pode resultar em arrecadação estimada em R$ 12,6 bilhões.

O tema ganhou relevância também no Congresso, onde tramita medida provisória que propõe elevar a alíquota atual de 12% para 18%. A expectativa é de que o reajuste aumente a arrecadação em quase R$ 285 milhões já em 2025, com projeções de R$ 1,7 bilhão para 2026 e 2027.

Além da pressão tributária, os dados reforçam a centralidade do Pix no funcionamento das plataformas de apostas. Segundo a GMattos, embora alguns sites ofereçam alternativas como cartões ou carteiras digitais, praticamente todas as transações ocorrem via Pix, o que demonstra a dependência do setor em relação ao sistema de pagamentos instantâneos.

Com a consolidação do Pix como motor das transações, o debate sobre regulação e tributação das bets tende a se intensificar. Para o governo, o desafio é equilibrar a arrecadação com a necessidade de fiscalização sobre um mercado que, em poucos anos, se tornou responsável por uma fatia significativa do sistema de pagamentos nacional.

 

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