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Internacional

Donald Trump diz que 'analisaria' proposta de deportar Elon Musk dos EUA

Trump e Musk |  Foto: © Brandon Bell / AP / RFI
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Donald Trump disse nesta terça-feira (1) que "analisaria" a possibilidade de expulsar Elon Musk do país após as declarações inflamadas do homem mais rico do mundo contra o projeto de lei orçamentário que o presidente dos Estados Unidos acaba de aprovar no Congresso. A notícia é do portal Terra.

O bilionário republicano também disse que a Comissão de Eficiência Governamental (Doge, na sigla em inglês), que o chefe da SpaceX e da Tesla liderou antes de deixar o cargo no final de maio, poderia atacar os subsídios governamentais concedidos às empresas de Elon Musk.

Quando um repórter perguntou se Trump estava considerando expulsar seu ex-companheiro de equipe, que nasceu na África do Sul, o chefe da Casa Branca respondeu: "Não sei. Teremos que analisar" essa opção.

"Poderíamos colocar o Doge no Elon. Você sabe o que é Doge? Doge é o monstro que pode se virar e devorar Elon", acrescentou o presidente dos norte-americano.

O Doge é responsável por cortar os gastos federais, às vezes de forma brutal. Musk, que deixou os assuntos governamentais para se concentrar nos carros elétricos da Tesla, criticou o abrangente projeto de lei orçamentária de Donald Trump, que, segundo ele, "aumenta o teto da dívida em um recorde de US$ 5 trilhões".

"Elon pode receber mais subsídios do que qualquer outro indivíduo na história, de longe, e sem esses subsídios, Elon provavelmente teria que fechar as portas e voltar para a África do Sul", retrucou Donald Trump na terça-feira em sua rede social Truth Social. "Chega de lançamentos de foguetes, satélites ou produção de carros elétricos, e nosso país economizaria uma FORTUNA", acrescentou.

Essa rixa não é nova. Os dois homens, que eram muito próximos durante a campanha do republicano e no início de seu segundo mandato, já se desentenderam publicamente, tanto profissionalmente quanto pessoalmente. O empresário já havia atacado o projeto de lei, chamando-o de "abominação repugnante".

O chefe da Tesla alertou que, ao ser aprovado, o projeto lançará um novo partido e financiará as campanhas primárias republicanas de candidatos que se opõem aos atuais congressistas.

"VOX POPULI VOX DEI. 80% votaram em um novo partido", disse Musk novamente na terça-feira no X, acrescentando que "tudo o que peço é que não levemos a América à falência".

Projeto aprovado

Donald Trump conquistou uma importante vitória legislativa nesta terça-feira com a aprovação apertada no Senado americano do seu projeto de lei orçamentária de vários trilhões de dólares, que inclui créditos fiscais massivos, mas também grandes cortes na saúde.

Após mais de 26 horas de votações sobre dezenas de emendas, os senadores republicanos finalmente conseguiram superar as divergências para aprovar essa "grande e bela lei", como foi chamada pelo presidente americano.

Mas a disputa foi acirrada. Apesar da maioria republicana de 53 cadeiras em 100, a votação terminou empatada em 50 a 50, e coube ao vice-presidente JD Vance dar o voto decisivo a favor, como determina a Constituição.

Donald Trump havia minimizado, antes da votação, a oposição dentro de seu próprio partido. "Vai passar, vai acontecer, e nós vamos ficar muito felizes", declarou à imprensa ao chegar na Flórida.

Se o Senado estava envolvido em uma maratona legislativa há dois dias, agora é a Câmara dos Representantes que entrou em uma corrida contra o tempo para aprovar a versão revisada do projeto até sexta-feira.

Há quase uma semana, Donald Trump vem fazendo pressão sobre os parlamentares para que o texto principal seja aprovado antes de 4 de julho, dia da festa nacional que o republicano de 79 anos fixou como prazo simbólico para a promulgação.

Explosão do déficit

Os principais pontos da "One Big Beautiful Bill" são: a prorrogação dos colossais créditos fiscais adotados durante seu primeiro mandato, a eliminação da taxação sobre gorjetas, além de bilhões de dólares adicionais para defesa e combate à imigração. 

Mas especialistas e políticos alertam para a explosão prevista do déficit do governo federal. O Escritório Orçamentário do Congresso, responsável por avaliar de forma imparcial o impacto dos projetos de lei nas finanças públicas, estima que o texto aumentaria a dívida em mais de US$ 3 trilhões até 2034.

A extensão dos "créditos fiscais Trump" custaria sozinha US$ 4,5 trilhões. Para compensar parcialmente, os republicanos planejam cortes no Medicaid, programa público de seguro de saúde que atende milhões de americanos de baixa renda.

Também está prevista uma redução drástica no programa SNAP, principal auxílio alimentar do país, assim como a eliminação de muitos incentivos fiscais para energias renováveis adotados durante o governo Joe Biden.

Donald Trump, que fez do projeto a pedra angular de seu programa econômico para um segundo mandato, enfrentou resistência significativa de alguns senadores do seu próprio partido. Três dos 53 acabaram se posicionando contra.

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