O juiz federal Eduardo Appio, ex-juiz da Lava Jato que substituiu Sergio Moro na 13ª Vara de Curitiba, pediu investigação contra o senador por, segundo ele, coação no curso do processo.
A informação é da CNN. O ofício é de sábado (13) e foi enviado ao diretor-geral da PF (Polícia Federal), Andrei Rodrigues, em Brasília.
No documento, Appio relata que no dia 12 deste mês o senador Sergio Moro (União-PR) divulgou em suas redes sociais “notícias de natureza difamante e injuriosa contra minha pessoa, chamando me, publicamente, de ladrão”.
Ele faz referência a um post sobre um episódio investigado em que Appio teria saído de um mercado de Santa Catarina com garrafas de champanhe sem pagar.
O juiz coloca no pedido também a informação de que segue como testemunha em três inquéritos sigilosos que tramitam no gabinete do ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), que apuram a atuação da 13ª de Curitiba no período comandado por Moro.
“Após 31 anos de serviço público, agora sofro, na condição de testemunha-chave, agressão digital orquestrada com a finalidade de me coagir e interferir nos trâmites dos inquéritos sigilosos. Requeiro, pois, instauração do competente inquérito policial por conta da prática, em tese, do crime de coação no curso do processo (art. 341 do Código Penal), bem como pronta comunicação ao gabinete de Sua Excelência Ministro do STF Dias Toffoli”, diz a solicitação.
Em 3 de dezembro, a PF cumpriu busca e apreensão na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR) por determinação do STF. Segundo fontes do caso, a Justiça Federal não enviou documentos solicitados.
O local foi responsável pelos casos da extinta Lava Jato, chefiada pelo então juiz e hoje senador Sergio Moro. No dia da ação, Moro declarou que não cometeu nenhuma ilegalidade.
A PF ainda não informou se abriu ou abrirá investigação contra o senador Moro por coação. A CNN Brasil apurou que o pedido está em análise.