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Política

Governo Lula gasta quase o dobro do que arrecada, e país pode travar em 2027

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) • Marcelo Camargo/Agência Brasil
TUDO SOBRE assassinado do ex-prefeito.gif

O governo Lula tem aumentado os gastos num ritmo bem mais rápido do que consegue arrecadar. Segundo informações da Folha de São Paulo, desde que Lula assumiu o terceiro mandato, o dinheiro que entra nos cofres da União subiu R$ 191 bilhões. Mas, nesse mesmo período, o governo gastou R$ 344 bilhões a mais.

Ou seja: enquanto a arrecadação subiu, os gastos cresceram quase o dobro.

Se essa situação continuar, a máquina pública — que é o funcionamento básico do governo — pode travar já em 2027. A informação é da Instituição Fiscal Independente (IFI), ligada ao Senado. Eles apontam risco de um “apagão fiscal”, quando o governo não tem mais dinheiro para pagar despesas como luz, internet, gasolina, ou mesmo o salário de servidores.

 

O que está acontecendo?

O governo arrecada mais, mas não segura os gastos. E boa parte do que entra não está sendo usada para reduzir a dívida pública. Pelo contrário, a dívida está subindo.

Em 2024, a arrecadação prevista é de R$ 2,318 trilhões, mas os gastos devem alcançar R$ 2,415 trilhões. O rombo nas contas públicas pode fechar o ano com um déficit de R$ 180 bilhões, o que equivale a 0,77% do Produto Interno Bruto (PIB) — que é a soma de tudo o que o país produz.

A estimativa é que, até o fim do governo Lula, a dívida pública aumente cerca de 12 pontos percentuais.

 

Aumento de imposto não resolveu

Mesmo com o aumento da alíquota do ICMS em alguns estados — como no RN — e novas propostas de tributos (como taxar apostas esportivas e investimentos), o dinheiro continua saindo mais rápido do que entra.

Entre as manobras para gastar mais, o governo tem usado dinheiro do Fundo Social — que vem do petróleo — para turbinar programas como o Minha Casa Minha Vida e ações do BNDES. Em 2024, esses gastos somam R$ 74 bilhões, quase o triplo do que foi usado em 2023.

Além disso, programas como o Pé de Meia e o Desenrola Brasil estão sendo pagos com dinheiro de fundos fora das regras normais do orçamento, o que aumenta as despesas sem entrar no cálculo oficial do déficit.

 

E os gastos obrigatórios?

Outro ponto que pressiona as contas é o aumento no salário mínimo, que impacta diretamente os pagamentos do INSS. Mais de 70% dos aposentados recebem o piso salarial, que teve reajuste acima da inflação. Os gastos com previdência passaram de R$ 912 bilhões para R$ 1,053 trilhão neste governo.

Também aumentaram os gastos com o BPC (Benefício de Prestação Continuada), pago a idosos e pessoas com deficiência em situação de pobreza. O número de beneficiários subiu de 5,1 para 6,3 milhões, muitos deles por decisão judicial.

Além disso, o governo é obrigado a gastar um percentual fixo com saúde e educação. Como a arrecadação subiu, esses gastos também aumentaram — o que deixa ainda menos espaço no orçamento para despesas livres.

 

Risco real: o que pode acontecer?

Segundo especialistas ouvidos pela Folha de São Paulo, se nada mudar, o Brasil pode chegar em 2027 sem dinheiro para serviços básicos. A própria equipe econômica do governo reconhece esse risco no projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para 2026.

Na prática, isso significa que pode faltar verba até para manter órgãos públicos funcionando. Como disse um técnico da IFI: “sem dinheiro para gasolina da Polícia Federal, para o telefone do Ibama ou para o funcionamento das escolas”.

Segundo a Folha de São Paulo, o cenário preocupa porque, ao invés de fazer um ajuste gradual nas contas públicas, o governo Lula pode estar empurrando um problema ainda maior para o próximo presidente.

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