Um robô inovador desenvolvido no Instituto do Cérebro (ICe) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) pode transformar a execução de cirurgias experimentais complexas no cérebro de animais. O equipamento, batizado de “Robô para neurocirurgia estereotáxica experimental”, teve seu pedido de patente registrado em dezembro e representa um avanço significativo na neurociência. A pesquisa contou com a participação de Richardson Naves Leão, Aline Elvina Rodrigues Fernandes e Catherine Caldas de Mesquita, sendo estas últimas responsáveis pela manufatura do equipamento e design das peças.
A noticia é do portal GRANDE PONTO. Professor da UFRN, Richardson Leão explica que contribuiu na idealização, montagem e desenvolvimento do software que integra o robô.
A tecnologia foi projetada para procedimentos cirúrgicos em pequenos animais de laboratório, garantindo alta precisão e estabilidade. O sistema estereotáxico robótico permite a troca de ferramentas e conta com suportes para nariz e orelhas, além de câmeras para visualização tridimensional.
A tecnologia tem potencial para contribuir no tratamento de doenças neurológicas, como o Parkinson, caracterizado pela morte de neurônios produtores de dopamina na região cerebral conhecida como substância nigra, pars compacta. Um dos tratamentos promissores consiste na reprogramação de neurônios nessa região, feita por meio da injeção de DNA modificado com vetores virais. Para garantir eficiência, o procedimento deve ser realizado com alta precisão, e é nesse ponto que o robô da UFRN se destaca.
O robô também contribui para a ética na pesquisa científica, pois minimiza o sofrimento animal ao garantir uma intervenção cirúrgica precisa e monitoramento contínuo do nível de anestesia. Além disso, o dano tecidual é reduzido, favorecendo um pós-operatório mais eficiente.
O Laboratório de Neurodinâmica da UFRN já tem planos para o futuro. Em 2025, a equipe pretende desenvolver tecnologias para monitoramento neurológico de recém-nascidos, criando sistemas acessíveis a qualquer serviço de neonatologia. Outra linha de pesquisa visa a criação de microsensores de atividade cerebral para permitir estudos comportamentais em ambientes seminaturais, utilizando o próprio robô desenvolvido.