Após a entrega das alegações finais por parte da PGR (Procuradoria-Geral da República), ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) veem "provas fartas" para condenar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por tentativa de golpe de Estado. A notícia é da coluna da Luísa Martins, na CNN Brasil.
O documento de 517 páginas elaborado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, foi considerado "robusto e extremamente consistente" por magistrados da Corte, que destacaram a "riqueza de detalhes" ao narrar os fatos e apontar as evidências.
O parecer de Gonet reforça, na visão dessas fontes, uma leitura que já se desenhava desde a ocasião da denúncia - a de que Bolsonaro era o líder de uma organização criminosa que buscava meios autoritários para se perpetuar no poder mesmo após a derrota nas urnas em 2022.
Ministros também frisaram que a PGR foi "didática" ao mostrar que o acordo de colaboração premiada do tenente-coronel Mauro Cid foi corroborado por diversos tipos de provas - e que, por isso, a postura por vezes contraditória do militar não invalida todos os materiais colhidos a partir da delação.
As alegações finais são a última etapa de uma ação penal antes do julgamento de mérito. Nessa fase, as partes fazem uma espécie de "raio-X" de tudo o que foi discutido ao longo da investigação, na tentativa de convencer o Judiciário da sua posição.
Agora, o relator da ação, ministro Alexandre de Moraes, deve abrir prazo para que Cid apresente suas alegações finais, também em 15 dias. Depois disso, será a vez das defesas dos demais réus, entre eles, Bolsonaro. O julgamento na Primeira Turma deve ser marcado para meados de setembro.