Bolsonaro diz que será “cabo eleitoral” da direita: “Não estou morto”

30 de Junho 2023 - 15h47

Sem poder se candidatar a qualquer cargo político até as eleições de 2030, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se prepara para atuar como “cabo eleitoral” da direita já no pleito municipal de 2024. Em Belo Horizonte (MG), o líder da extrema-direita brasileira falou à imprensa logo após o veredicto de 5 x 2 no pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o tornou inelegível. Segundo ele, a Corte “condenou pela primeira vez alguém por abuso de poder político” em um “crime sem corrupção”. Mas procurou não entregar os pontos ao assegurar que, politicamente, “não está morto”. A informação é do Metrópoles.

“A gente vai continuar trabalhando. Devemos fazer alguns prefeitos. Não é o fim da direita no Brasil. Antes de mim ela existia, mas não tinha forma e agora começou a ganhar materialidade”, ressaltou, nesta sexta-feira (30/6)

A atuação como “cabo eleitoral” será necessária porque, de acordo com o ex-presidente, não há candidatos na oposição com cacife politico para enfrentar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas próximas eleições. “Seria quase um W.O. (sigla para a palavra em inglês walk over, que em português significa ‘vitória fácil'”.

Em Belo Horizonte, onde participou do velório do ex-ministro da agricultura Alysson Paolinelli, Bolsonaro não poupou ataques ao TSE. “Há pouco tempo, levei uma facada na barriga. E hoje tomei uma facada nas costas com a inelegibilidade por suposto abuso de poder político”, observou.

“Foi um massacre em cima de mim por alguns setores da sociedade. O TSE trabalhou contra minhas propostas. Fui proibido de mostrar imagens do Lula com gorro do CPX, do Complexo do Alemão, proibido de fazer live em sua casa, de mostrar imagens do 7 de setembro. Isso é crime? Abuso de poder político? Por defender algo que sempre defendi quando parlamentar [o voto impresso]?”.

Decisão do TSE
O TSE declarou a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030. Ao final da sessão na Corte Eleitoral, o placar foi cravado em 5 x 2. Apenas os ministros Raul Araújo e Nunes Marques divergiram do relator, Benedito Gonçalves, a favor da condenação.


O ex-presidente foi condenado pelos ataques que fez ao sistema eleitoral brasileiro durante reunião com embaixadores, em julho de 2022. O TSE entendeu que houve abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Com a decisão, Bolsonaro está impedido de concorrer às eleições de 2024, 2026, 2028 e 2030.

Veja como cada ministro votou:

Benedito Gonçalves: a favor da inelegibilidade
Raul Araújo Filho: contra a inelegibilidade
Floriano de Azevedo Marques: a favor da inelegibilidade
Ramos Tavares: a favor da inelegibilidade
Cármen Lúcia: a favor da inelegibilidade
Nunes Marques: contra a inelegibilidade
Alexandre de Moraes: a favor da inelegibilidade
Alvo da mesma ação que levou à inelegibilidade do ex-chefe, o ex-candidato à Vice-Presidência Walter Braga Netto (PL) foi absolvido, por unanimidade, pela Corte Eleitoral.

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