Clube feminino ainda espera renovação de parceria com o ABC e relata ‘descaso’ da FNF no Estadual
Júnior Lins
O União, clube de Extremoz que sempre se destaca no futebol feminino e é o atual campeão estadual no Rio Grande do Norte, ainda aguarda a renovação do vínculo com o ABC.
Representantes do alvinegro no Campeonato Brasileiro Série A3, as meninas do clube potiguar ainda não tiveram um retorno sobre uma manutenção da parceria e já retomaram o uso do escudo e do uniforme tradicional, retirando o "União ABC" e retornando às vestimentas de cores amarela e branca.
Em contato com o Portal 96, a treinadora e gestora do clube, Walessa Silva, relatou que torce pela retomada da parceria com o ABC. O vínculo, celebrado em março deste ano, tinha validade apenas para a disputa da competição nacional. No Campeonato Brasileiro A3, o União chegou à terceira fase e foi eliminado para o VF4, clube paraibano.
Ja houve contato entre o clube e o presidente Bira Marques, que prometeu dar um retorno, ainda aguardado pelo clube para que seja realizado um novo acordo entre ambas partes.
Apesar de aguardar pacientemente um retorno do ABC, o União Extremoz não tem mais paciência com a Federação Norte-Rio-Grandense de Futebol (FNF). O time relata uma situação de "descaso" por parte da entidade com o futebol feminino.
A competição estadual deste ano só tem três equipes. Houve um acordo pela antecipação das datas, no entanto, uma das equipes favoráveis à mudança acabou não conseguindo inscrever suas atletas e já perdeu por W.O. na primeira rodada.
O União já gastou mais de R$ 7 mil, apenas para o Campeonato Potiguar, com transferências, em taxas de federação e da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). No entanto, apesar dos custos, não há premiação por parte da FNF. O clube da Grande Natal afirma que a entidade alega que já dará campo, ambulância e arbitragem grátis para os times.
Vale ressaltar que entre os clubes masculinos a cota paga pela FNF em 2022 foi de R$ 600 mil para o ABC, clube que sagrou-se campeão. No Super Matutão, competição entre municípios promovida pela federação potiguar, o prêmio seria de um carro para o vencedor. Porém, em acordo, as cidades optaram por dividir em três motos para o campeão e uma para o vice.
Outro ponto questionado pela equipe é o fato de as partidas terem sido direcionadas para o Juvenal Lamartine, que está interditado para o recebimento de público. À 96, o União relata que não há como angariar patrocinadores por conta da falta de visibilidade que a FNF impõe, ao "esconder" a competição.
A técnica do PSG Natal, Denise Fernandes, usou suas redes sociais para reforçar a denúncia sobre a situação. Conforme dito por Denise, a FNF fez o estadual feminino de forma "amadora".
"A Federação precisa olhar para o futebol feminino com profissionalismo. Não dá mais para que a gente aceite esmolas. Precisamos de mais equipes e mais mulheres praticando o esporte", reforçou.
Recentemente, em setembro, a final do Campeonato Brasileiro Feminino entre Internacional e Corinthians, no Beira-Rio, bateu o recorde de maior público da história do futebol feminino, com 36.330 espectadores. Com a opção de colocar a competição para um estádio inapto a receber público, a FNF vai na contra-mão do cenário da crescente visibilidade da modalidade no país.
Disputam o Campeonato Potiguar Feminino deste ano: União, Parnamirim e Monte Líbano. O primeiro confronto estava agendado para acontecer neste sábado, entre União e Parnamirim, mas as meninas adversárias do clube de Extremoz não compareceram. O clube vencedor vai representar o RN no Campeonato Brasileiro.
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