Dívida pública global deve ultrapassar US$ 100 tri este ano, diz FMI

16 de Outubro 2024 - 16h38

A dívida pública global deve ultrapassar US$ 100 trilhões este ano pela primeira vez e poderá subir mais rapidamente do que o previsto, uma vez que o atual cenário político favorece o aumento dos gastos e o crescimento lento amplia as necessidades e os custos dos empréstimos, informou o Fundo Monetário Internacional (FMI) nesta terça-feira (15).

O relatório Monitor Fiscal do FMI mostrou que a dívida pública global atingirá 93% do Produto Interno Bruto (PIB) global até o final de 2024 e se aproximará de 100% até 2030. Isso ultrapassaria seu pico de 99% durante a pandemia da Covid-19.

Também aumentaria 10 pontos percentuais em relação a 2019, antes de a pandemia explodir os gastos governamentais.

Divulgado uma semana antes de o FMI e o Banco Mundial realizarem suas reuniões anuais em Washington, o Monitor Fiscal disse haver bons motivos para acreditar que os níveis futuros de endividamento poderão ser bem mais altos do que os projetados atualmente, incluindo o desejo de se gastar mais nos Estados Unidos, a maior economia do mundo.

A preocupação do FMI com o aumento dos níveis de endividamento ocorre três semanas antes da eleição presidencial dos EUA, na qual ambos os candidatos têm prometido novas isenções fiscais e gastos que poderiam acrescentar trilhões de dólares ao déficit nacional.

O relatório conclui que as projeções de dívida tendem a subestimar os resultados reais por margens consideráveis, com índices de dívida em relação ao PIB realizados cinco anos à frente em média 10% mais altos do que a previsão original.

Além disso, a dívida poderia aumentar significativamente devido ao crescimento fraco, às condições de financiamento mais apertadas e à maior incerteza das políticas fiscais e monetárias em economias sistemicamente importantes, como os EUA e a China.

O FMI reiterou seu apelo por mais controle fiscal, dizendo que o ambiente atual com crescimento sólido e baixo desemprego é um momento oportuno para isso.

O Fundo disse que os EUA e outros países onde a dívida deve continuar crescendo, incluindo Brasil, Reino Unido, França, Itália e África do Sul, poderão enfrentar consequências onerosas.

CNN

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