Dólar renova máxima histórica e fecha acima de R$ 6 com temor fiscal; Ibovespa cai

02 de Dezembro 2024 - 18h52

O dólar fechou a sessão desta segunda-feira (2) em alta, se mantendo acima do patamar de R$ 6, com mercados ainda digerindo o pacote fiscal e isenção do Imposto de Renda (IR) para salários de até R$ 5 mil, apresentados pelo governo federal na semana passada.

Foto: REUTERS/Sukree Sukplang

A informação é da CNN. A divisa encerrou o dia com alta de 1,07%, cotado a R$ 6,0652 na venda, renovando recorde histórico de encerramento. O dólar encerrou novembro com alta de 3,8%, a R$ 6.

Já o Ibovespa terminou o pregão com recuo de 0,34%, a 125.235,54 pontos. Durante a sessão, o principal índice do mercado brasileiro marcou 124.733,89 pontos na mínima e 125.901,06 pontos na máxima. O volume financeiro no pregão somava R$ 22,5 bilhões antes dos ajustes finais.

No ano, o Ibovespa acumula um declínio de 6,43%, que se mantido durante dezembro reverterá a tendência apurada nos dois anos anteriores — altas de 22,28% em 2023 e de 4,69% em 2022.

Na cena internacional, o mercado espera por uma série de dados que serão publicados nos próximos dias, com destaque para o relatório de emprego nos Estados Unidos, na sexta-feira (6), para avaliar a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve (Fed).

Atualmente, operadores veem mais de 61% de chance de o Fed optar por um corte de 25 pontos-base nos juros quando se reunir neste mês, em comparação com uma chance de quase 83% observada no mês anterior, de acordo com a ferramenta FedWatch da CME.

Ameaças de Trump

O mercado também repercute anúncios de Donald e ameaças comerciais do presidente eleito dos EUA.

No sábado, Trump exigiu que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.

“Exigimos que esses países se comprometam a não criar uma nova moeda do Brics nem apoiar qualquer outra moeda que substitua o poderoso dólar americano, caso contrário, eles sofrerão 100% de tarifas e deverão dizer adeus às vendas para a maravilhosa economia norte-americana”, escreveu Trump em sua plataforma de mídia social, Truth Social.

“Eles podem procurar outro ‘otário’. Não há nenhuma chance dos Brics substituírem o dólar americano no comércio internacional, e qualquer país que tentar deve dizer adeus aos Estados Unidos”, acrescentou Trump.

Desde janeiro deste ano, o grupo Brics tem dez membros plenos. Além de Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, se uniram ao bloco como membros permanentes Irã, Arábia Saudita, Egito, Etiópia e Emirados Árabes Unidos.

Em outubro, o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva defendeu, em reunião de cúpula dos países do Brics em Kazan, na Rússia, que o bloco de países emergentes avance na criação de meios de pagamento alternativos entre si, fugindo da necessidade de uso do dólar.

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