Manipulação na Série B: Jogadores viram réus e caso pode virar CPI na Câmara Federal
A investigação feita pelo Ministério Público de Goiás sobre casos de manipulação de resultados em jogos da última edição do Brasileirão Série B pode gerar consequências ainda maiores, com a possibilidade de que uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) seja instalada.
Segundo a ESPN, o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-LA) recebeu um pedido de abertura de CPI para investigar os casos de manipulação que foram detectados na Operação Penalidade Máxima, feita pelo MP-GO em fevereiro para apurar acusações de que partidas da Série B tiveram iinterferência de apostadores.
O pedido foi protocolado pelo deputado Felipe Carreiras (PSB-PE) e já teria 205 assinaturas pedindo a abertura da comissão, número acima do mínimo necessário (171) para que tal provisão seja instalada.
No texto, o deputado pernambucano faz o pedido para que se faça a investigação sobre ‘fatos gravíssimos’ que teriam acontecido e a suposta atuação de grupos criminosos juntamente com apostadores para manipular resultados de partidas.
Não há previsão se a CPI para investigar a manipulação de jogos na Série B será instalada, mas este é mais um passo que deve terminar um aprofundamento do caso, que agitou o futebol brasileiro e também resultou em uma série de investigações sobre acertos semelhantes em estaduais, casos do Mineiro e Gaúcho.
Entenda o caso
Em fevereiro, a Operação Penalidade Máxima foi feita para investigar uma série de denúncias sobre manipulação de resultados em partidas do último Brasileirão Série B. Três jogos da última rodada da competição (Vila Nova x Sport, Sampaio Corrêa x Londrina e Criciúma x Tombense) foram indicados como partidas que foram alvos de tal acerto,
Segundo o investigado pelo MP-GO, apostadores faziam contato com intermediários que faziam contatos com jogadores para que participassem do esquema, que consistia em que os atletas cometessem pênaltis durante o primeiro tempo das partidas para que tais apostas garantissem lucro aos envolvidos.
Dois jogadores que atuaram no Vila Nova na competição (Romário - foto - e Gabriel Domingos) foram apontados pela investigação como envolvidos no esquema, juntamente com Joseph (Tombense) e Matheusinho (então do Sampaio Corrêa). Cada um receberia R$ 150 mil (R$ 10 mil de sinal e outros R$ 140 mil em caso de sucesso da aposta) dos intermediários, com os apostadores tendo lucros milionários.
Denunciados
Oito jogadores foram denunciados pelo MP e viraram réus, por participarem do suposto esquema de manipulação de resultados em jogos da Série B de 2022, investigado pela operação "Penalidade Máxima". A denúncia foi recebida e aceita pela Justiça na quinta-feira (15).
Romário (ex-Vila Nova), Joseph (Tombense), Mateusinho (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Cuiabá), Gabriel Domingos (Vila Nova), Allan Godói (Sampaio Corrêa), André Queixo (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Ituano), Ygor Catatau (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Sepahan, do Irã) e Paulo Sérgio (ex-Sampaio Corrêa, hoje no Operário-PR).
Todos foram denunciados pelo crime de corrupção em competições esportivas. A pena prevê reclusão de dois a seis anos e multa.
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