Por Edmo Sinedino
Eu já nem me lembro quanto faz, mas não esqueço que te amei demais. Pedaço de letra de uma música de Roberto e Erasmo, sucesso com a cantora Kátia. Lembrei vendo o jogo do meu Botafogo. Eu pensei que nem ligaria mais, até brinquei que estava virando a casaca para o Flamengo, mas gente, cheguei a chorar com a vitória de virada do Fogão sobre o ótimo time do Fortaleza, que mesmo com um homem a menos desde o primeiro tempo, vendeu caro a derrota.
Fazia tempo que eu não via esse meu sofrido Estrela Solitária jogando como time grande, criando jogadas de ataques, organizado, se defendendo bem e tendo variações sem encolhimento e covardia ou feiura. Claro, claro, não diria que ele tem força para brigar pelo título, acho que não, mas pelo menos passa a impressão de que não vai nos fazer passar as vergonhas dos anos anteriores ao título da Série B, ano passado.
Inclusive, não sei se por essa mania seletiva que temos, gostei, mas nem vibrei tanto com a conquista da Segundona. Acho que porque resolvi não voltar a ser frequente de frente à tevê, portanto, passou um pouco distante, mas claro que fiquei feliz e até gravei vídeo com a conquista. Mas esse Brasileiro está sendo diferente. A gente sente isso na presença maravilhosa de público no Nilton Santos, que neste domingo foi de 23.616 entre pagantes e não pagantes, e já tivemos outros de mais de 30 mil.
O Botafogo, caramba, é mágico, ou voltou a ser. O cara, o João Textor (foto com bandeirão), não é falsidade não, não é marketing não, é felicidade, é amor, ele foi contagiado pelos torcedores mais sensíveis do Brasil. O botafoguense chora por qualquer coisa e ele foi contaminado com esse vírus. Não tem uma vez na minha vida em que tenha visto as jogadas de Mané sem chorar, pular, gritar, enlouquecer...
Fico imaginando, se um dia, eu vou ter a felicidade de ver meu Fogão ganhar um Brasileiro, uma Libertartadores, um Mundial, já pensaram nisso? Seria, não tenho dúvidas, o acontecimento mais marcante do planeta nesse dia. idosos, crianças, jovens, homens, mulheres, de todas as raças, de todas as crenças, e orientação sexual, botafoguenses, são especiais.
Sigo sonhando. Mas claro, ainda estamos longe dos sonhos dos tempos Mané...
Deixe o seu comentário
O seu endereço de email não será publicado