QIAPN+: entenda como novas letras da sigla LGBT reforçam busca por representatividade

28 de Junho 2023 - 14h37

A sigla começou pequena e cercada por tabus. Até meados de 1990, a combinação GLS era usada para reunir gays, lésbicas e simpatizantes da causa homossexual. Anos mais tarde começou a mudar e se transformou em LGBT, dando visibilidade também aos bissexuais, transexuais e travestis.

Logo veio o mais, símbolo matemático que já apontava o que estava por vir. E veio. Nos últimos anos, a busca pelo reconhecimento fez com que a nomenclatura crescesse e hoje ela ganha espaço com quase 10 letras: LGBTQIAPN+ (entenda a sigla, letra a letra, abaixo).

Para a socióloga Stela Cristina de Godoi, da Faculdade de Ciências Sociais da PUC-Campinas, a transformação reflete as mudanças sociais e, principalmente, a constante luta por representatividade. No Dia do Orgulho LGBT+, celebrado nesta quarta-feira (28), o g1 traz uma reflexão sobre o assunto.

“A gente não pode simplesmente enxergar como um rótulo, uma etiqueta que a gente coloca na testa das pessoas. Nem as pessoas precisam responder a essa demanda de dizer o que é, se classificar, se rotular. Não se trata disso. É importante o surgimento dessas novas nomenclaturas”.

“Se surgiram, é resultado de uma demanda de indivíduos e de grupo que não estavam confortáveis dentro das nomenclaturas anteriores e que precisam ser respeitados na sua diversidade, no seu direito a existir tal como são, fora dos rótulos, da normatização e da patologia”.
Letra a letra: sexo, gênero e orientação sexual
A sigla da comunidade busca representar diferentes grupos por sua diversidade, como explica Stela. A primeira é sobre sexo biológico, que diz respeito às características físicas e tudo que envolve o corpo. Inclui feminino, masculino e intersexo.

Em seguida está a identidade de gênero, que fala sobre como nos identificamos enquanto seres psicossociais. Neste caso, entram feminino, masculino, entre outros. Por último entra a orientação sexual, que reflete sobre as pessoas com quem nos relacionamentos.

Juntos, esses três fatores atualmente estão distribuídos da seguinte forma:

L - lésbicas: pessoas que se identificam como femininas e se relacionam com outras do mesmo gênero;
G - gays: pessoas que se identificam como masculinas e se relacionam com outras do mesmo gênero;
B - bissexuais: pessoas que se relacionam com os gêneros femininos e masculinos;
T - transexuais e travestis: pessoas que não se identificam com o gênero atribuído no nascimento;
Q - queer: pessoas que não se identificam com os padrões impostos pela sociedade e que preferem não se limitar em um único gênero ou orientação sexual;
I - intersexo: pessoas que possuem características biológicas dos sexos feminino e masculino ao mesmo tempo;
A - assexuais: pessoas que não têm atração sexual; não há relação com falta de libido, questões biológicas ou de ordem psicológica, como traumas;
P - pansexuais: pessoas que se relacionam com outras de todos os gêneros, incluindo femininos, masculinos e não-binários;
N - não binários: pessoas que não se identificam com o gênero feminino ou masculino, podendo se identificar com mais de um ou nenhum.
 

G1 

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