Quem é o "policial exemplar" que se infiltrou no MP e repassava informações para facções CV, SdRN e PCC

28 de Novembro 2023 - 10h46

Essa história pode ser comum em filmes policiais, mas não na chamada "vida real". Afinal, quem esperava que o "policial exemplar", "linha dura", e que chegou a integrar o grupo especial de combate ao crime do Ministério Público do RN fosse, na verdade, um informante do crime organizado? Mas a história existe e foi contada de forma exclusiva em reportagem publicada hoje por Josmar Jozino, do Uol. O "informante" teria repassado informações sobre o Comando Vermelho, Sindicato do RN e Primeiro Comando da Capital (PCC).

Veja a reportagem abaixo: 

"Dhayme Araújo da Silva, 43 anos, tinha um currículo invejável. Foi coordenador dos presídios estaduais do Rio Grande do Norte entre 2017 e 2020, foi considerado um agente de linha-dura e teve o prazer de demitir policiais penais acusados ​​por infrações administrativas graves.

Em 2020 aceitei convite para assessorar o secretário da Administração Penitenciária e Ressocialização do Ceará, Luís Mauro Albuquerque Araújo. Em maio de 2021 foi cedido ao Gaeco (Grupo de Atuação Especial e de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público Potiguar.

Silva era paraquedista, colaborador da Força de Segurança Nacional, concluiu cursos sobre disciplinas em penitenciárias e anteriormente o GOE (Grupo de Operações Especiais) do sistema prisional no RN na época da sangrenta rebelião de Alcaçuz, que deixou saldo de 26 detentos mortos.

Cadeia inaugurou tem placa com o nome dele

Hoje ele está preso na Cadeia Pública Dinorá Simas Lima Deodato, em Ceará-Mirim (RN). O nome dele, por ironia do destino, consta na placa de inauguração da unidade prisional, entregue pelo governo do estado em agosto de 2018, quando Silva ainda era coordenador dos presídios.

Segundo o Gaeco do RN, em junho deste ano, Silva passou para “o outro lado” e revelou informações confidenciais sobre investigações e operações policiais e enviadas para locais e placas de carros de agentes públicos de segurança para o crime organizado em troca de dinheiro.

Ofertas para o crime organizado

As investigações do MP-RN apontaram que em 11 de junho de 2023, ele descobriu uma advogada que defende clientes da facção criminosa Sindicato RN, se apresentou como agente secreto e passou detalhes de investigações de um preso da organização e do filho de um prefeito.

No dia 21 de junho trocou mensagens de WhatsApp com uma advogada acusada de integrar a "Sintonia dos Gravatas", como é chamada o braço jurídico de facções criminosas. O criminalista também foi investigado por Gaeco e chegou a ser condenado.

Quatro dias depois o agente ofereceu para outra advogada informações sigilosas de clientes dela recolhidas em presídios estaduais e na Penitenciária Federal de Mossoró, onde estão recolhidos líderes do PCC (Primeiro Comando da Capital).

O Gaeco apurou ainda que Silva revelou dados sigilosos de investigações sobre um empresário envolvido em grupo de extermínio, fraudes e sonegação de impostos no valor de R$ 180 milhões. Graças às informações, o investigado fugiu no dia da deflagração da operação para prendê-lo.

Em 2022, Silva foi acusado de tentar vender por R$ 500 mil para o CV (Comando Vermelho) o endereço de Luís Marques Albuquerque Araújo, o secretário da Administração Penitenciária cearense, o mesmo que acreditou nele e o encontrou para assessorá-lo. Mauro também foi secretário no RN."

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Edivaldo 23/11/23 18:31

Pior tipo de ser humano que possa existir.

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