Quem é o pregoeiro que teve casamento de R$ 500 mil pago por firmas ligadas a prefeitura
A operação Ypervole da PF (Polícia Federal), que investiga um esquema de desvios das áreas de obras, saúde e educação no município goiano da Cidade Ocidental, bateu em 16 endereços na manhã desta quarta-feira (18). Um deles foi o de Gabriel Paixão Ribas.
A noticia é de NATÁLIA MARTINS. Recém-casado, o pregoeiro do município foi alvo da PF por suspeita de fraude em licitações e corrupção. Na primeira fase da operação, em setembro, ele foi preso, mas conseguiu um habeas corpus na Justiça.
O casamento de Gabriel, em agosto deste ano em Arraial d’Ajuda (BA), custou mais de R$ 500 mil. O evento teria sido pago por empresas das áreas de transporte escolar, engenharia e aluguel de veículos. Todas têm contratos com a prefeitura do município goiano.
A casa do pregoeiro, comprada no valor de R$ 1,65 milhão, também foi paga por empresas envolvidas em um suposto esquema de corrupção. É o que apontam investigadores da PF.
Um carro dado como entrada era de uma empresa contratada pela prefeitura. As parcelas do financiamento teriam sido pagas por outra empresa, e até os móveis planejados tiveram seus valores quitados por prestadores de serviço da prefeitura.
O pregoeiro recebe salário de cerca de R$ 10 mil mensais, o que seria incompatível com o estilo de vida que ostenta nas redes sociais. Ele posta fotos de viagens para Dubai, Madri, Nova Iorque e Fernando de Noronha, todas em menos de um ano.
A investigação aponta para um esquema que movimentou mais de 120 milhões em contratos de Cidade Ocidental. O orçamento deste ano do municipio bateu os R$ 350 milhões.
A primeira fase da operação, deflagrada em setembro deste ano, identificou que empresas de várias áreas estariam pagando propina a servidores públicos do município capazes de interferir em processos licitatórios.
Com a análise do material apreendido nessa fase, a PF identificou que o mesmo esquema de corrupção seria operado no setor de transporte escolar e aluguel de veículos.
Alguns dos contratos investigados têm assinaturas 2017 e continuavam em vigor até 2024, como no caso de uma empresa de transporte escolar que ajudou a pagar o casamento de Gabriel.
A empresa teria recebido aproximadamente R$ 117 milhões em contratos, mas chegando ao endereço que aparece como da empresa é possível perceber que se trata de uma empresa de fachada. A CGU (Controladoria Geral da União) identificou quase R$ 63 milhões, mais da metade do valor pago, como resultado de superfaturamento.
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