Relato: Mais de 2 horas na fila para poder votar

Júnior Lins

Exercer o direito de cidadania custou duas horas do meu tempo. Nunca, em todo o meu período como eleitor, havia demorado tanto para passar 30 segundos na cabine. Chega a ser até engraçado entrar, apertar os botões rapidamente e tentar imaginar o que me fez aguardar esse tempo todo.

Voto em Nova Parnamirim, no Overdose, e o que indiquei para minha mãe, que também é eleitora de lá, foi: "Deixe para vir mais tarde". O curioso é que minha seção sempre foi lá, mas o que aparenta é que as abstenções em anos anteriores sejam vistas nessa eleição.

Oficialmente, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) afirmou que as esperas estão normais, mas por fora, na conversa que eu tive com uma mesária, ela informou que os procedimentos, por exemplo, no caso da biometria, que tem que ser testada quatro vezes, mesmo não dando certo, atrasaram bastante o fluxo.

Na minha seção, conforme a presidente, eram esperados 394 eleitores, no entanto, apenas 112, contando comigo, já haviam comparecido. O que significa que menos de 50% desse tulmutuado lugar, que me deixou esperando por mais de duas horas, não havia comparecido ainda.

Na fila, muitas reclamações. Pessoas mais velhas, porém ainda não preferenciais, com dores, e revoltados políticos se manifestando contra o formato de votação. A espera e o calor, realmente, são desumanos. Nem um bebedouro tinha próximo para se hidratar. Ao menos o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar circulavam pelo local a todo instante.

Pensei que a zebra estava apenas comigo, até ver em todos os grupos e nas redes sociais que nunca viram tanta gente na sua sessão. No Twitter, são reclamações constantes já da longa espera ocasionada pelo dia da eleição.

Uma coisa que senti falta foi uma ala específica para preferencial que não possui condições de chegar à sua seção. Meu pai, deficiente, não conseguiu votar por não ter como subir uma série de rampas no Salesiano. Lá no Overdose, um idoso com a idade bem avançada precisou subir várias escadas.

Cheguei às 9h40 e saí às 12h. Foi uma dor no pé, mas ao menos votei. A importância de votar e expressar sua opinião pelo futuro do estado e do país é enorme, tanto que fazemos questão de encarar esse tipo de coisa, só para dar o nosso "pitaco" sobre o que achamos melhor.