[VÍDEO] Mulher dá cadeirada em presidente de Conselho durante audiência sobre saúde mental na Câmara de Natal

08 de Novembro 2024 - 11h18

Uma tentativa de agressão chocou a Câmara Municipal de Natal durante uma audiência pública. Uma participante tentou atacar Ana Maria do Nascimento Evangelista, presidente do Conselho Municipal da Saúde, com uma cadeira enquanto ela discutia a falta de atendimento à população, especialmente em serviços psicossociais.

Felizmente, ninguém se feriu, mas a mulher tentou jogar a cadeira contra Ana Maria três vezes. Após as tentativas de agressão, ela passou mal e foi acalmada pelos presentes e pela segurança.

O motivo do ataque ainda é desconhecido. Ana Maria, demonstrando compaixão, convidou a mulher a expressar suas preocupações, mas ela recusou.

Minutos antes, Ana Maria criticava o fechamento do Caps e seu impacto nas UPAs. "Deixar uma unidade de saúde chegar ao ponto de não atender mais ninguém e fechar é uma crueldade. O resultado disso é uma demanda gigante nas UPAS que não têm assistência e não podem acolher pacientes de saúde mental."

NOTA DO MANDATO DE DANIEL VALENÇA 

Durante nossa audiência pública com o tema “O colapso da rede de atenção psicossocial e o fechamento do CAPS III Leste” realizada na manhã de hoje (08 de novembro) na Câmara Municipal de Natal, uma usuária do Centro de Atenção Psicossocial, em situação de crise, arremessou uma cadeira em direção ao púlpito durante a fala da presidenta do Conselho Municipal de Saúde de Natal, Ana Maria Evangelista. O ato, de maneira alguma, foi uma agressão à pessoa Ana Maria, como se percebe do conjunto da filmagem.

Na verdade, este fato e a Audiência Pública demonstraram como usuários e usuárias da Rede de Atenção Psicossocial estão desassistidos, correndo riscos de vida e entrando em crise por ausência de tratamento adequado segundo à política nacional de saúde mental. O fechamento do CAPS Leste III, a interdição do CAPS AD Norte no turno noturno, também descaracterizando o serviço, apontam o desmonte atual vivenciado pela RAPS em Natal, com consequências gravíssimas a usuários, usuárias e trabalhadores e trabalhadoras. A gestão Álvaro Dias fechou o CAPS III Leste 17 de julho e, em outra audiência que realizamos em 08 de agosto, apontávamos que o Município deveria tomar medidas urgentes, pois mais de 2 mil usuárias e usuários estavam sendo afetados.

O episódio na Câmara demonstra o quanto é urgente a adoção de medidas efetivas para o resgate das políticas de saúde mental antimanicomial e que forneçam todo o suporte psicossocial necessário para que essas pessoas mantenham sua saúde mental em dia. 

Vamos continuar trabalhando para que políticas de saúde mental recebam sua devida atenção, contra a desestruturação da Rede de Atenção Psicossocial (RAPS) ocasionada pelo Município de Natal e em favor do modelo de assistência psicossocial em liberdade, nos termos da lei federal 10.216/2001.

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