Durante o ato deste domingo (6), realizado em frente ao shopping Midway Mall, em Natal, a deputada federal Carla Dickson (União Brasil) fez um discurso contundente em defesa da anistia aos envolvidos nos eventos de 8 de janeiro e teceu duras críticas ao governo federal e ao atual cenário político do país.
Segurando um batom — em referência ao caso de Débora Rodrigues, presa após escrever “Perdeu, mané” com batom em frente ao STF — a deputada ironizou: “Cuidado que eu vim armada. Estou com um batom e deixei minha outra arma, a Bíblia, no carro.
A parlamentar potiguar questionou a inversão de valores que, segundo ela, domina o Congresso e o país. “Antigamente se pedia anistia para Dilma Rousseff, que participou do planejamento de um assalto a banco e foi anistiada. Depois virou presidente da República e hoje preside o Banco dos Brics”, disse Carla, destacando que muitos dos beneficiados por anistias passadas hoje compõem a base de apoio de partidos de esquerda.
Ela reforçou que não defende a impunidade para quem cometeu atos de vandalismo, mas criticou a desproporcionalidade das penas. “Não estamos pedindo que quem depredou órgãos públicos seja inocentado. Mas que pague de forma justa. A pena é de até 3 anos, pode ser convertida em serviços à comunidade. O que estamos vendo é gente condenada a 14, 17 anos e multas de R$ 30 milhões. Isso tem cheiro de vingança”, afirmou. Segundo ela, o presidente Lula estaria mais interessado em perseguir Bolsonaro do que governar. “Esqueceu o Brasil e só sabe viajar”, disparou.
A deputada também criticou os gastos do governo e defendeu a priorização de políticas para crianças autistas. Ela contou que propôs a inclusão de um auxiliar por sala para alunos atípicos, o que teria impacto de R$ 27 bilhões no orçamento. Segundo ela, um colega teria dito que o projeto era inviável. “Eu respondi: era só parar a janta das viagens, que o orçamento aparecia”, ironizou. “Pra que mais de 30 ministérios que não servem para nada?”, questionou.
Ao final do discurso, Carla mencionou ter assinado a proposta de anistia total — tanto para os envolvidos no 8 de janeiro quanto para o presidente Jair Messias Bolsonaro. “Ele é o meu presidente. Eu não reconheço esse que está aí. O povo precisa se unir. Essa é a hora”, declarou, conclamando os manifestantes a continuarem mobilizados nas ruas.