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Esporte

Com VAR mais intervencionista, mudanças de decisão batem recorde na história do Brasileirão

Foto: Marlon Costa/AGIF
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O árbitro de vídeo foi mais intervencionista no Campeonato Brasileiro de 2025. A prova disso é que o número de revisões na beira do gramado e a quantidade de decisões alteradas cresceram de forma expressiva em relação ao ano passado. Ambos os índices atingiram o maior patamar da história da competição. A tecnologia foi implementada pela primeira vez em 2019.

A informação é do ge. Os juízes foram chamados como nunca à beira do gramado para revisar possíveis erros. Ao todo, foram impressionantes 163 consultas ao vídeo em 2025, superando com folga o antigo recorde de 146 revisões realizadas na ARA (Área de Revisão do VAR) no ano de estreia da tecnologia, em 2019. Houve um aumento de 33% nas consultas ao vídeo na beira do campo em relação ao ano passado. Confira abaixo:

- 2025: 624 paralisações do jogo para checagem do VAR (461 com escuta do ponto eletrônico e 163 com ida à telinha)

- 2024: 642 paralisações do jogo para checagem do VAR (532 com escuta do ponto eletrônico e 110 com ida à telinha)

- 2023: 622 paralisações do jogo para checagem do VAR (531 com escuta do ponto eletrônico e 91 com ida à telinha)

- 2022: 707 paralisações do jogo para checagem do VAR (573 com escuta do ponto eletrônico e 134 com ida à telinha)

- 2021: 720 paralisações do jogo para checagem do VAR (605 com escuta do ponto eletrônico e 115 com ida à telinha)

- 2020: 963 paralisações do jogo para checagem do VAR (825 com escuta do ponto eletrônico e 138 com ida à telinha)

- 2019: 757 paralisações do jogo para checagem do VAR (611 com escuta do ponto eletrônico e 146 com ida à telinha)

O crescimento das revisões na ARA teve impacto direto no número de decisões alteradas. Nesta edição, os árbitros corrigiram erros de campo 192 vezes — sendo 147 após consultas na beira do gramado e 45 via ponto eletrônico. Trata-se do maior número já registrado na história do Brasileirão. O recorde anterior era de 2020, com 187 mudanças. No comparativo com 2024, as mudanças de decisão tiveram um salto de 18%.

- 2025: 192 mudanças de decisão (147 após ida à telinha e 45 com o ponto eletrônico)

- 2024: 158 mudanças de decisão (104 após ida à telinha e 54 com o ponto eletrônico)

- 2023: 144 mudanças de decisão (82 após ida à telinha e 62 com o ponto eletrônico)

- 2022: 173 mudanças de decisão (110 após ida à telinha e 63 com o ponto eletrônico)

- 2021: 154 mudanças de decisão (96 após ida à telinha e 58 com o ponto eletrônico)

- 2020: 187 mudanças de decisão (114 após ida à telinha e 73 com o ponto eletrônico)

- 2019: 182 mudanças de decisão (117 após ida à telinha e 65 com o ponto eletrônico)

Outro aspecto relevante no uso da tecnologia é o tempo de jogo parado durante as checagens do árbitro de vídeo. A Comissão de Arbitragem pôde observar um aumento no tempo médio das interrupções provocadas pelo VAR. Em 2025, cada intervenção consumiu, em média, 1 minuto e 40 segundos. Um crescimento de 9% em relação à edição anterior. O dado reforça a tendência de maior interferência do VAR e estabelece, também nesse quesito, o maior tempo médio já registrado na história do Brasileirão.

O lance mais demorado considerando somente os minutos da revisão foi na derrota do Corinthians por 2 a 1 para o Bahia em Itaquera. Paulo Cesar Zanovelli (juiz de campo) e Rafael Traci (VAR) precisaram de 7 minutos e 53 segundos para validar o gol de Gui Negão e anular o impedimento do atacante na jogada.

- 2025: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min40s (tempo total de 17h20min40s)

- 2024: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min31s (tempo total de 16h11min07s)

- 2023: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min24s (tempo total de 14h31min43s)

- 2022: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min30s (tempo total de 17h39min12s)

- 2021: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min16s (tempo total de 15h10min55s)

- 2020: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min17s (tempo total de 20h40min40s)

- 2019: tempo de jogo parado pelo VAR de 1min29s (tempo total de 18h37min)

Paulo César de Oliveira, especialista de arbitragem da Globo, criticou o aumento do número desde a implantação do VAR em 2019.

— Os dados confirmam que houve uma piora em vários indicadores. O que mais me chama a atenção é o aumento de mudanças de decisão. O número é altíssimo, recorde desde a implantação do VAR em 2019. 192 mudanças de decisão em 380 jogos mostram o quanto o VAR é intervencionista no Brasil. Os árbitros se acomodaram numa zona de conforto, não decidem em campo, transferem a responsabilidade para equipe do VAR e usam a ferramenta como “muleta”. Os árbitros, na maioria das vezes, durante a revisão no monitor à beira do gramado, estão se vendo próximo das jogadas. Isso mostra falta de coragem para tomar decisão. É muito constrangedor — disse PC Oliveira. E ponderou:

— É importante ressaltar que houve uma melhora no desempenho nas últimas rodadas. Não houve grandes polêmicas nos jogos que definiram o título e o rebaixamento da competição. Acredito que foi resultado do treinamentos e concentração realizados pelos árbitros na Granja do Comary, em Teresópolis. Esse é o caminho, os árbitros precisam treinar e vivenciar situações específicas de jogo. Com a implementação da profissionalização da arbitragem na próxima temporada, espero que os trabalhos sejam voltados para um melhor rendimento no campo de jogo e o VAR seja utilizado em situações excepcionais.

Um levantamento feito pelo Gato Mestre, em maio, apontava que o Brasileirão registrava o maior número de idas do árbitro para revisar o lance desde que o VAR foi implementado. Na época, os dados eram referentes até a 9ª rodada da competição.

Na ocasião, PC Oliveira já considerava a nova orientação um erro da Comissão de Árbitros da CBF.

- A Comissão de Árbitros da CBF, com base nas orientações da FIFA, mudou a linha de atuação do VAR. A filosofia original de "Mínima Interferência com Máximo Beneficio" na qual o VAR julgava se tinha ocorrido um erro claro e óbvio foi substituída pela filosofia "É ou não É"? Na qual o o VAR atua como assistente para que a melhor decisão seja tomada, nesse caso, o árbitro central é quem julga e toma a decisão final.

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